Assistente Nacional do CNE diz que movimento, a celebrar festa do centenário, mantém «capacidade de encantar» novas gerações
Foto: CNELisboa, 27 mai 2023 (Ecclesia) – O padre Luís Marinho, assistente nacional do Corpo Nacional de Escutas (CNE)-Escutismo Católico Português desde 2013, afirmou que o segredo dos 100 anos da associação passa por ajudar a redescobrir o “essencial”, num tempo marcado pelo “acessório”.
“O Escutismo propõe viver com o essencial, adaptando-se às circunstâncias do lugar, do momento histórico”, indica o sacerdote, em entrevista à Agência ECCLESIA.
O CNE, fundado no dia 27 de maio de 1923, é a maior associação de jovens do país, com cerca de 70 mil associados.
O assistente nacional destaca que a proposta de contacto com a natureza, que marca o Escutismo, oferece a possibilidade de “contacto com as origens, com a terra”, numa sociedade cada vez mais urbana e digitalizada, ajudando a encontrar um sentido da “frugalidade”.
“Reencontrar-se com a natureza é reencontrar-se consigo mesmo”, acrescenta.
Estamos em caminho, em viagem, portanto não podemos carregar tantas coisas, porventura supérfluas, que tornem a viagem mais pesada”.
O padre Luís Marinho sustenta que o Escutismo mantém a “capacidade de encantar” crianças e jovens, também pela “vida em grupo, organizado, onde se assumem responsabilidades concretas”.
A proposta e a pedagogia escutistas, observa ainda, apontam a uma “fraternidade universal”, como pede o Papa na encíclica ‘Fratelli Tutti’ (2020) e o próprio ritual da Promessa.
“As diferenças são integradas e assumidas, para nos reconhecermos como irmãos”, precisa o sacerdote.
O entrevistado, também assistente mundial da Conferência Internacional Católica do Escutismo (CICE), confessa que as missões neste campo exigem “grande disponibilidade para caminhar com outros”, integrando equipas “onde o padre não é o máximo responsável”.
A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) escreveu uma nota sobre o centenário do Escutismo Católico Português, desejando que esta seja uma “oportunidade para valorizar o sentido do compromisso da Promessa escutista, para que continue a ser profética na edificação da fraternidade humana e na construção da justiça e da paz”.
O padre Luís Marinho destaca que o escutismo católico é uma “proposta para todos”, com mais de mil agrupamentos.
“Tem sido uma escola de juventude, que é corresponsável pela vida da Igreja em Portugal, com vez e voz ativa na sua construção”, sustenta.
Num olhar sobre este século de história, em Portugal, o assistente nacional do CNE afirma que a experiência escutista “deixou marcas” em milhares de pessoas, levando-as a assumir um compromisso eclesial, cívico e até político, ao “compreenderem a sua vida como uma missão”.
O sacerdote deixa uma mensagem de “imensa gratidão” a todos os que fizeram do CNE uma “escola de vida, plena, em todas as suas dimensões”.
O Corpo Nacional de Escutas está a promover, entre hoje e amanhã, a “Festa do Centenário”, em Braga, reunindo mais de 20 mil escuteiros de todo o país.
As mais de mil atividades decorrem ao longo deste sábado, em vários pontos da cidade, com jogos, debates, concertos e momentos de oração.
O programa inclui o lançamento do selo do centenário, por parte dos CTT, e a inauguração de um monumento evocativo da efeméride.
O centenário do Escutismo Católico Português está em destaque, este domingo, na emissão do Programa ECCLESIA na Antena 1 da rádio pública, pelas 06h00.
PR/LFS/OC
Escutismo: «Festa do Centenário é a atividade com maior adesão de sempre» – Henrique Ramos