Jovem médico e dirigente do CNE indica que é preciso «tempo para aprofundar» a preparação do Natal
Lisboa, 09 dez 2022 (Ecclesia) – Rui Teixeira, jovem médico e presidente do Comité Europa Mediterrâneo da Conferência Internacional Católica do Escutismo, sente que o “tempo de Advento passa num fósforo” e que é preciso tempo para aprofundar a preparação do Natal.
“A única queixa é que passa muito depressa e já fiz esta queixa a um bispo, quatro semanas é muito pouco tempo até porque precisava de mais tempo, entendo que o Natal é alguma coisa tão importante para a nossa vida e fé que tem de ser vivido com calma, com sossego e daí a necessidade de propostas para o vivermos”, afirmou à Agência ECCLESIA.
Para Rui Teixeira, de 35 anos, este tempo de preparação para o Natal, designado Advento, deve ser vivido com mais tempo e profundidade.
“Fui percebendo que era preciso mais profundidade para o viver, somos embalados numa lógica de Natal, de luzes, comércio, e soa ao Natal no fim de novembro, e este tempo de espera, de expetativa é passado por cima, fui percebendo esta necessidade e pertinência, mas também a riqueza desta tradição de tirar algum tempo para o preparar”, refere.
Atualmente é dirigente escutista com os caminheiros, a 4ª secção no CNE, jovens dos 18 aos 22 anos, que lhe pedem para aprofundar a fé neste tempo, “depois de terminarem o percurso de catequese”.
“É difícil fazer a divisão de tempo de espera, Advento e depois o Natal, sinto que há um grande trabalho a fazer com eles, e o principal desafio é começar a construir o seu próprio tempo de espera e reforço que quatro semanas passa a correr e numa vida apressada que vivemos é realmente difícil esperar e os jovens ainda não estão muito sintonizados nessa espera e nessa vinda, é tudo misturado”, conta.
O presidente do Comité Europa Mediterrâneo da Conferência Internacional Católica do Escutismo (CICE) destaca que a preparação para o Natal necessita de “ferramentas e propostas concretas para ser vivido” e aponta as propostas da CICE e do CNE.
Não foi desde sempre que vivo o Advento da mesma forma, aliás tento viver cada Advento um pouco melhor do que vivi no ano anterior, vou tentando estar atento a um certo ritmo: uma primeira fase e depois a parte entre 17 a 20 dezembro em que o ritmo acelera e aproxima-se do nascimento, por aí tento nesses dias me confessar, depois tento nalguma altura rever como estou a viver o Advento, seja algum retiro ou algo do género”.
O entrevistado gosta de fazer o presépio mais perto do Natal, “onde não se coloca o Menino Jesus” e a sua casa começa a “ganhar presépios”.
“Não sou um imenso colecionador de presépios, mas gosto e tenho vários espalhados pela casa, nesta altura… Para mim é importante mudar, desde pequeno que gosto de mudar a casa consoante as estações, porque estas coisas ajudam a ir sintonizando”, indica.
O jovem médico salienta ainda que o mês de dezembro é um mês de “muito trabalho”, em “que os hospitais estão cheios” e sente necessidade de um esforço para parar.
“Se não fizermos esforço para sintonizar, de repente estamos no Natal e pronto acabou, já me aconteceu um pouco de tudo, já trabalhei num dia 24 de dezembro até ao fim do dia e só depois realizar que era Natal, apanha-se com uma coisa muito dura que é a consciência de que este Natal não é o que queria e nada do que tinha antes, é frustrante”, recorda.
O dirigente do CNE referiu ainda a cerimónia da partilha da Luz de Belém, que acontece em Fátima, no próximo domingo, como uma “recordatória” da paz que o escutismo sempre defendeu.
A entrevista integra o programa de rádio ECCLESIA, deste sábado, na Antena 1 da rádio pública, pelas 06h00, ficando depois disponível online e em podcast.
SN