Equador: Delegação de Portugal no Congresso Eucarístico Internacional celebrou na Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, na Arquidiocese de Quito

«A Igreja vive da Eucaristia. Esta é a sua dimensão decisiva, não exclusiva», afirmou o presidente da Comissão Episcopal Liturgia e Espiritualidade

Foto: Secretariado Nacional de Liturgia

Quito, Equador, 10 set 2024 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga, D. José Cordeiro, presidiu esta segunda-feira à Missa na Paróquia de Nossa Senhora de Fátima-Andaluzia, na Arquidiocese de Quito (Equador), assinalando a Eucaristia como sacramento do encontro.

“A Igreja vive da Eucaristia. Esta é a sua dimensão decisiva, não exclusiva. A liturgia é a primeira escola da fé e da vida espiritual. Nela deixamos de falar de Deus, para falarmos com Deus e trabalharmos em Deus”, afirmou presidente da Comissão Episcopal Liturgia e Espiritualidade, delegado da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) para os Congressos Eucarísticos, na homilia enviada à Agência ECCLESIA.

O responsável participa no 53ºCongresso Eucarístico Internacional (IEC), no Equador, que se realiza de 8 a 15 de setembro com o tema «Fraternidade para curar o mundo. “Todos vós sois irmãos” (Mt 23,8)».

Na celebração eucarística, D. José Cordeiro destacou que “frequentar a liturgia é cultivar em perene surpresa o organismo vivo que é a Igreja, contemplando ‘a beleza e a verdade da celebração cristã (DD 1)’”.

O delegado da CEP para os Congressos Eucarísticos exortou a rezar e trabalhar pela justiça e pela paz, sabendo que “a resposta do Evangelho é a Misericórdia” e que “a Misericórdia é o coração de Deus”, como afirmou o Papa Francisco.

“Estejamos inteiros a tempo inteiro, para que Jesus Cristo nos dê a plenitude da alegria e da misericórdia sem fronteiras”, pediu.

D. José Cordeiro realçou que “o amor é exigente, porque é verdadeiro e o amor verdadeiro é sempre uma força que transforma”.

Onde não há amor não pode haver vida. Deus não está presente num coração ausente”, sublinhou.

Foto: Secretariado Nacional de Liturgia

No início da Eucaristia, o delegado da CEP para os Congressos Eucarísticos e presidente da Comissão Episcopal da Liturgia e Espiritualidade (CELE) agradeceu a “hospitalidade fraterna”.

“Estamos em casa! Com o olhar terno da Mãe, a Mulher Eucarística, Nossa Senhora do Rosário de Fátima, todos nos sentimos irmãos em Jesus Cristo. Somos todos irmãos e irmãs porque somos filhos de Deus Pai por Jesus no Espírito Santo. O 53.º Congresso Eucarístico Internacional leva-nos em peregrinação à bela cidade de Quito, ‘o pequeno rosto de Deus’”, manifestou.

A Paróquia de Nossa Senhora de Fátima-Andaluzia recebeu um terço e uma medalha de bronze do Santuário de Fátima, que tem um elo de ligação com a paróquia.

Já a delegação portuguesa foi surpreendida com a oferta de uma imagem do Sagrado Coração de Jesus por parte da comunidade.

Foto: Secretariado Nacional de Liturgia

Portugal participa no 53ºCongresso Eucarístico Internacional com 22 pessoas, um bispo, 12 presbíteros, um religioso e oito leigos, de várias dioceses do país: Algarve, Angra, Aveiro, Beja, Braga, Évora, Leiria-Fátima, Lisboa, Porto, Viseu e Ordinariato Castrense.

O casal Manuela e José, de Vila Viçosa (Arquidiocese de Évora), integram a delegação portuguesa do 53ºIEC e já antes, em 2021, tinham participado na edição de Budapeste, Hungria.

“Fomos a Budapeste em 2021 e foi uma experiência muito boa para ambos. E, nesse momento, decidimos que, se fosse possível, viríamos a Quito. Olhar para a Eucaristia, mais uma vez, com profundidade de quem também pensa, reflete”, referiu Manuela.

A catequista e professora de Educação Moral e Religiosa Católica destaca o facto de a Igreja estar reunida em torno de “uma temática tão importante”.

Manuel destaca que o primeiro dia em Quito foi “uma boa experiência”, cujo tema foi “Mundo Ferido”, tendo sido abordada a situação da Guerra na Ucrânia.

“Em termos de experiência aqui, verificámos que o mundo, de facto, precisa, que olhemos para ele com outros olhos e que este congresso pode ser, digamos, um trampolim, para que comecemos a mudar as mentalidades, começarmos a ver que, de facto, existe muita gente ainda que que está a sofrer e que precisa do nosso apoio. Este congresso, ao fim e ao cabo, é para mostrar essencialmente isto”, referiu.

O casal espera levar e partilhar no território da arquidiocese de Évora tudo aquilo que lhe foi transmitido ao longo do Congresso Eucarístico Internacional.

José Silva Almeida, jesuíta, é outro dos participantes portugueses no encontro e realça que o cansaço não o impediu de aproveitar o primeiro dia do IEC, destacando sobretudo a conferência de Juan Cotelo, realizador, argumentista e ator, por ser alguém fora do mundo eclesial e pelo testemunho que deixou.

O jesuíta evidenciou também as intervenções sobre as migrações, porque defende que se há uma coisa que é inerente à vida eucarística é a integração, o amor por todos, especialmente pelos mais pobres.

LJ/PR

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