Episcopado apela ao voto consciente

Votar livremente e em sintonia com os valores que se vivem diariamente é a proposta dos Bispos portugueses para os actos eleitorais que este ano se vivem no nosso país. Na nota “Direito e dever de votar”, o episcopado deixa critérios e valores “a respeitar e promover”.

Entre estes critérios, encontram-se a promoção dos Direitos Humanos; a defesa e protecção da instituição familiar, fundada na complementaridade homem mulher; o respeito incondicional pela vida humana em todas as suas etapas e a protecção dos mais débeis.

Ao mesmo nível, os Bispos falam da procura de solução para “as situações sociais mais graves”: direito ao trabalho, protecção dos desempregados, futuro dos jovens, igualdade de direitos e melhor acesso aos mesmos por parte das zonas mais depauperadas do interior, segurança das pessoas e bens, situação dos imigrantes e das minorias”.

Também são referidos o “combate à corrupção, ao inquinamento de pessoas e ambientes, por via de alguma comunicação social; atenção às carências no campo da saúde e ao exercício da justiça; respeito pelo princípio da subsidiariedade e apreço pela iniciativa pessoal e privada e pelo trabalho das instituições emanadas da sociedade civil, nomeadamente quando actuam no campo da educação e da solidariedade.

[[v,d,582,Direito e dever de votar: apresentação do documento pelo Pe. Hermínio Rico]]Para o Pe. Hermínio Rico, jesuíta, antigo director da revista “Brotéria”, é legítimo e “necessário” que a Igreja Católica entre “no espaço da política entendido no sentido mais vasto”.

“A Igreja tem valores, tem princípios, tem modos de fazer com repercussão política. Claro que uns aspectos estarão mais próximos de uns partidos, outros de partidos diferentes”, assinala em declarações ao Programa ECCLESIA.

Sem um “partido católico”, hoje existem orientações “compatíveis e harmonizáveis com vários programas políticos”, explica o sacerdote jesuíta, considerando que “o que é inegociável é a dignidade da pessoa humana”. 

Legislativas

Os Bispos assinalam que “a Assembleia da República é o principal órgão legislativo do país. Sem objectivos claros e sem leis adequadas e respeitadoras da realidade do bem comum, o país não pode progredir”.

Após a publicação da Nota da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), em Abril deste ano, alguns Bispos pronunciaram-se especificamente sobre as legislativas do próximo Domingo

Numa nota publicada pelo semanário da Diocese de Viseu, “Jornal da Beira”, D. Ilídio Leandro diz que os cristãos “são chamados a dar um contributo positivo e comprometido  na solução dos problemas comuns”.

“Votar é um acto de responsabilidade, mas também de solidariedade e de fraternidade”, aponta, deixando um apelo contra a abstenção.

D. Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas e de Segurança, deixava na sua crónica semanal “Ao Compasso do Tempo” a certeza de que “os sofrimentos e as carências devem ocupar o primeiro lugar das nossas preocupações e dos nossos combates”.

Já o antigo presidente da CEP e Bispo emérito de Coimbra, D. João Alves, escrevia no “Correio de Coimbra”, entre outros, que um critério a seguir na escolha do voto é “verificar se os candidatos são pessoas com respeito e prática dos grandes princípios e valores éticos que garantem uma sociedade coesa e honesta”.

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