Diretor na nova Faculdade aponta a ensino com preocupações éticas e com forte dimensão prática, desde cedo
Lisboa, 11 set 2020 (Ecclesia) – O diretor da Faculdade de Medicina da Universidade Católica Portuguesa (UCP), o médico António Almeida, afirmou que a instituição académica pode marcar a diferença com a sua nova licenciatura, nesta área.
“Acredito que o novo curso de Medicina vai trazer isto, vai trazer uma qualidade de ensino não só para a Universidade Católica, para a Faculdade de Medicina, como para todas as outras faculdades”, assinala o convidado da entrevista semanal conjunta Renascença/ECCLESIA, publicada e emitida a cada sexta-feira.
A UCP vai ser a primeira instituição não-estatal a oferecer uma licenciatura em Medicina em Portugal depois de, no início de setembro, ter sido anunciado que a Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior aprovou o novo curso.
“Vimos o que aconteceu com os estudos de Economia em Portugal: a Católica entrou em cena, há bastantes anos, e isso foi benéfico para todos, não só para a UCP”, assinala António Almeida.
Para o diretor da nova faculdade, o curso vai respeitar a identidade católica da instituição de ensino, abordando “todas as questões éticas”, ao longo do curso.
“Uma das grandes missões da Igreja sempre foi cuidar dos doentes, e continua a ser, e esse também é o nosso grande mote para criar este curso”, acrescenta.
O médico destaca a grande proximidade deste projeto académico com o Grupo Luz, “o cuidado que têm em tratar o doente do princípio ao fim”.
A este respeito, destaca a oferta de Cuidados Paliativos, no Hospital da Luz, referindo que “pessoas que deixaram de ter esperança conseguem ver que ainda há, mesmo no fim da vida, razões para continuar a viver”.
O curso envolve uma parceria com a prestigiada Universidade de Maastricht e o Grupo Luz Saúde, prometendo distinguir-se dos currículos tradicionais por ter uma abordagem mais prática e integrada desde os primeiros anos.
“Os alunos vão aprender através da resolução de problemas, através da discussão em grupos e da investigação guiada. O segunda aspeto importante é que os alunos vão ter treino clínico desde o primeiro ano”, indica António Almeida.
O médico adianta também que os alunos, durante os estágios clínicos, vão estar inseridos, “fazer parte das equipas, do trabalho do dia a dia, e não ser somente observadores”.
“Outra coisa que nos distingue é que vamos ter uma aposta grande na investigação. Vamos criar um centro de investigação dentro da faculdade, e um semestre inteiro do curso vai ser dedicado à investigação. Os alunos vão ter projetos de investigação – seja laboratorial, clínica ou epidemiológica – que vão poder desenvolver durante esse semestre”, refere o diretor da Faculdade de Medicina da UCP.
O médico do século XXI é, como sempre foi e continuará a ser, uma entidade de conforto, de segurança e de apoio”.
O Mestrado Integrado em Medicina da Universidade Católica foi acreditado pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES), depois de um primeiro ‘chumbo’, em 2019.
O entrevistado considera que a UCP vai ter a mesma preocupação da Ordem e do Conselho de Escolas Médicas, que “os alunos estejam preparados para a sua vida profissional”.
“O que os nossos 100 alunos vão fazer, o que nos propomos fazer é dar uma educação de excelência, preparar médicos bem formados para a sua profissão, e poder alargar o leque de escolha de estudos em Portugal”, aponta.
O projeto conta com o Grupo Luz e o Hospital Beatriz Ângelo, além de acordos com a ARS de Lisboa e Vale do Tejo e a União das Misericórdias; 0 hospital universitário é o Hospital da Luz Lisboa.
Destacando que Portugal é um país “cada vez mais popular a nível da emigração estudantil”, António Almeida espera que haja candidatos estrangeiros, mas sublinha que “ninguém que não saiba falar português poderá ir ver doentes”.
Quanto ao corpo docente, a UCP espera contar com especialistas portugueses que estão no estrangeiro, “cientistas de renome”.
Ângela Roque (Renascença) e Octávio Carmo (Ecclesia)