Escolas Católicas e Secretariado Nacional da Educação Cristã promoveram formação sobre «Liderança ética em contexto escolar de pandemia»
Lisboa, 27 jan 2020 (Ecclesia) – O psicoterapeuta Vítor Cotovio afirmou que “hoje a escola tem de ser entendida de outro modo”, falando numa formação online sobre o tema ‘Liderança ética em contexto escolar de pandemia’.
“Se a vida é uma educação permanente então a escola faz parte dessa realidade e educar vai combinar os afetos e a inteligência. Aí temos o processo educativo”, disse o psiquiatra a mais de duas centenas de educadores, que participaram na formação promovida pela Associação Portuguesa de Escolas Católicas (APEC).
Segundo o portal ‘Educris’, o especialista apresentou impactos da pandemia nos mais novos e desafiou os educadores a estarem na escola para lá das matérias ou conteúdos, interrogando os participantes sobre “como é que o ser humano aprende?”.
“Hoje a escola tem de ser entendida de outro modo. Não se trata de uma educação para a vida, mas da própria vida”, explicou.
Vítor Cotovio referiu que quando se cruza educação com o momento atual “as escolas continuam a ser Kairos de formação da responsabilidade natural, lúcida e serena”, que está a ser educado “pode ter os ouvidos tapados para os conselhos, mas tem os olhos bem abertos para os exemplos”.
“A Escola deve ser um lugar de exemplos. A exemplaridade é a consciência do impacto das minhas ações no outro”, assinalou, e incentivou os educadores a serem exemplo para os mais novos, perante uma geração “híper-estimulada” pela envolvência tecnológica e com “pouca capacidade de escuta
O psicoterapeuta explicou que no contexto da pandemia “não” vivem “em função do Kronos mas do Kairos” e fundamental “impregnar de sentido” o que fazem a cada instante através de “lideranças capazes de gerar compromisso e conscientes do impacto que se tem nos alunos”.
“Queremos hoje, no meio desta incerteza, que os nossos alunos aprendam exatamente o quê? Se os focos de atenção e tensão estão altamente distorcidos e descontrolados então, e a priori, a escola deve ajudar a crescer o aluno na liderança, em primeiro lugar de si mesmo, do autoconhecimento e do autocontrole. Isto tem de ser ativo em contexto pandémico”, referiu.
Na formação ‘Liderança ética em contexto escolar de pandemia’, promovida pela APEC com o apoio do Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC) da Igreja Católica em Portugal, o especialista sugeriu que é fundamental que “mais do que números” de Covid-19 façam “surgir histórias relacionadas com esta realidade”
“Temos hoje um volume da informação que pode tornar-nos obesos e que nos é dada a uma velocidade que não nos permite refletir. Somos arrastados por uma volatilidade sem precedentes que promove a voracidade do consumo permanente e que nos leva, não poucas vezes, ao vazio existencial”, observou Vítor Cotovio.
Segundo o psiquiatra e psicoterapeuta, a escola tem de “preparar lideranças” que nesta situação de crise e medo “saibam mobilizar o sentido de pertença comum que está na base do ser humano”, informa o sítio online ‘Educris’.
CB/OC