A reinauguração da igreja do Hospital, propriedade da da Santa Casa da Misericórdia de Braga, e o coincidente início do Lausperene naquele templo foi aproveitado pelo Arcebispo local para defender que os Lausperenes deveriam «proporcionar muita reflexão e muita vontade de mudar de vida», deixando- -se «para trás o que só significa tradição para entrar numa aventura de “tocar” o amor de Deus que purifica as palavras e os pensamentos». «Como momento de contemplação e adoração», os Lausperenes deviam suscitar uma «necessidade interior de silêncio para um encontro com a pessoa de Jesus, como centro da nossa fé». Em sua opinião, «ao lado da reflexão silenciosa poderemos colocar o encontro dialogante com os outros ou a participação em momentos/ cursos de aprofundamento da fé». Segundo D. Jorge Ortiga, tornar a fé «mais racional naquilo que ela encerra de conteúdos compreensíveis, que nunca ignora a dimensão do mistério, é a tarefa prioritária que deveria situar todos os cristãos deste tempo de modernidade laica. Há muita coisa para deixar, permitindo o encontro com Jesus como acontecimento essencial da vida». A propósito da reabertura da igreja em dia de Lausperene, o Arcebispo de Braga sublinhou a importância da Eucaristia e pediu aos cristãos da Arquidiocese «uma leitura meditada da última Exortação Apostólica do Papa Bento XVI». Referindo-se à Eucaristia «como fonte e cume da missão da igreja», o prelado defendeu que, enquanto fonte, a nossa participação na Eucaristia tem «de promover atitudes e comportamentos de coerência com o que vivemos e celebramos na vida pessoal, familiar e profissional. A Eucaristia precisa de ser “vista” no nosso quotidiano». Como cume, «devemos restituir-lhe a qualidade e dignidade dos templos e de tudo quanto ela exige de material, criando condições para uma celebração em espaços marcados pela beleza». A coincidência da reinauguração com o Lausperene levou também D. Jorge Ortiga a «interiorizar a importância da arte na sua relação com a Eucaristia». Partindo de palavras do Papa Bento XVI na Sacramentum Caritatis, o Arcebispo de Braga disse que a arte sacra devia ser «um meio ou instrumento para um encontro com Cristo».