Encenação do «Filho Pródigo»

No Santuário de Fátima A conhecida Parábola do Filho Pródigo vai ser apresentada no Santuário de Fátima em várias datas e durante próximos meses, até Abril de 2007. Pretendendo com a celebração do 90 anos das Aparições de Fátima (2006-2007) enaltecer-se e louvar-se o amor de misericordioso de Deus – “Celebremos a Misericórdia do Senhor” –, nada melhor que a Parábola do Filho Pródigo para simbolizar a misericórdia de Deus, e a misericórdia enquanto valor cristão e humano que cada pessoa deve praticar e promover. Continuando a apostar na cultura, nas mais diversas áreas, para ajudar à vivência das celebrações dos 90 anos, o Santuário, através da Comissão Coordenadora do Programa dos 90 Anos, apresenta a peça teatral “O Filho Pródigo”, encenada por Andraej Kowalski e a levar ao palco pelo grupo teatral de Leiria “O Nariz – Teatro de Grupo”. A partir da Parábola do Filho Pródigo, a peça teatral transporta para a cena uma leitura mais actualizada, com base num texto inédito de Hélder Wasterlain e João Maria André. O texto sublinha a misericórdia, mas nele também estão contidas vivências de tristeza, amargura e solidão, e, por outro lado, de busca incessante, esperança e amor. O encenador, nascido na Polónia e residente em Portugal desde 1976, afirma-se optimista em relação ao trabalho. A respeito do tema, considera-o “comum a toda a gente”. Em entrevista à Sala de Imprensa do Santuário, Andraej Kowalski refere que o convite do Santuário, ao encomendar-lhe uma peça sobre a Parábola do Filho Pródigo, foi “logo à partida um desafio, porque tratou-se de um tema imposto”. A partir da resposta positiva dada ao Santuário, Andraej Kowalski seleccionou de seguida os escritores para o texto e um grupo de teatro para o representar. “Pedi aos escritores Hélder Wasterlain e João Maria André um texto em escrita simples, a partir de uma situação comum, que não fosse rebuscado”, refere o encenador, acrescentando que a escolha da companhia de teatro recaiu imediatamente para ‘O Nariz – Teatro de Grupo’, “pela proximidade (geográfica) e por aquilo que conheço do trabalho deles, por aquilo que valem, pela qualidade com que trabalham”. Assim, em cenários simples, no salão da Casa de Nossa Senhora do Carmo, no Santuário de Fátima, oito actores vão levar à cena, em seis sessões, “O Filho Pródigo”, uma peça onde se evidencia o amor do pai e que dá um destaque especial à figura da mãe. “(Dar destaque à figura da mãe) Foi uma opção imposta por mim aos autores do texto. Acho que a figura da mãe é incontornável na vida de qualquer um. Sendo nós filhos pródigos, quando pensamos no regresso, pensamos na mãe, no carinho, no aconchego. Na nossa cultura ocidental, e também na oriental, a figura da mãe está em segundo plano. Eu quis (com este trabalho) reabilitar a figura materna”, explica Kowalski. Em relação à leitura que cada espectador possa vir a fazer da peça, o encenador afirma “que a dimensão religiosa terá de ser dada pelo espectador, nós nunca podemos saber antecipadamente”. Kowalski prefere sublinhar a “universalidade das parábolas” e que “todos somos filhos pródigos, tendo fé ou não tendo fé. É humano”. Estando a apresentação da peça agendada para a primeira noite de cada Retiro de Oração que o Santuário está a organizar até Abril de 2007, a assistência à peça é no entanto aberta a todos os interessados, mesmo que não pretendam participar nos retiros. Em todo o caso, quem pretenda assistir à peça deverá proceder a inscrição prévia, para reserva de lugar. As entradas são gratuitas. A apresentação de “O Filho Pródigo” será sempre feita na noite do primeiro dia do retiro de oração, às 21h00, na Casa de Nossa Senhora do Carmo, nas seguintes datas: 9 de Novembro e 7 de Dezembro de 2006, e, em 2007, a 11 de Janeiro, 8 de Fevereiro, 8 de Março e 12 de Abril. Alguns apontamentos biográficos de Andrzej Kowalski Nasceu em 1951 na Polónia. Em 1976, na Universidade Católica de Lublin (Polónia) concluiu o curso de Filologia Polaca tendo obtido o grau de mestre em Teatrologia e Filmologia. Em 1976 veio para Portugal. Foi encenador e cenógrafo de 33 espectáculos em Guiné-Bissau, ex-Jugoslávia, Polónia e Portugal. Realizou 21 documentários e filmes de ficção de curta-metragem. Tem orientado vários cursos, workshops, ateliers de teatro e de vídeo na Alemanha, Cabo Verde, Guiné-Bissau, ex-Jugoslávia, Polónia, Portugal. Durante alguns anos foi professor de Cenografia na Escola de Artes e Ofícios de Espectáculo (“Chapitô”) e na Escola do Espectador no Teatro da Trindade. Actualmente é professor na Escola Profissional de Montemor-o-Velho e na Escola Superior de Educação de Leiria. É o membro da Direcção de Cena Lusófona e coordenador de Cena Lusófona para Guiné-Bissau. Na Guiné-Bissau organizou e coordena as Televisões Comunitárias – “TV KLELE”, “TV Bagunda” e “TV Massai”. Actualmente prepara para o Teatro Nacional D. Maria II a adaptação “africana” de “Macbeth”, de W. Shakespeare.

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