XXII Encontro Nacional da disciplina, com o tema «EMRC, uma Luz no Coração», contou com crianças de 80 agrupamentos de escolas de todo o país
Fátima, 24 mai 2024 (Ecclesia) – Fátima recebeu hoje milhares de alunos no encontro nacional de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) do 1.º ciclo, num dia em que o diretor do Secretariado Nacional de Educação Cristã (SNEC) sublinhou que a disciplina é “aberta a todos”.
“A disciplina é, por natureza, aberta a todos. A disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica tem uma identidade que é a mensagem cristã, no seu programa, na identidade e no perfil do seu professor, mas destina-se a quem? Destina-se todos”, afirmou Fernando Moita, em entrevista à Agência ECCLESIA.
O responsável acredita que todos os alunos que frequentam as aulas de EMRC, sejam eles “de tradição católica”, “ortodoxa”, “evangélica”, se sentem inteiros e que, apesar de o objetivo não ser atingir outras confissões religiosas, “aqueles que aceitam o desafio são bem recebidos”.
“A EMRC é uma disciplina livre. Na sua capacidade e na sua possibilidade de escolher, dizer sim ou não, na sua capacidade de se descobrir, mas também na sua capacidade e na sua liberdade de aceitar mudar e aceitar ser construtor de um mundo melhor. Portanto, esta liberdade que nos torna verdadeiramente felizes”, destacou.
Cerca de cinco mil participantes integraram o XXII encontro nacional dos alunos de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) do 1º ciclo, com alunos provenientes de 80 agrupamentos de escolas de todo o país, que fizeram parte de um programa que incluiu, entre outras atividades, uma peça de teatro, no Centro Paulo VI, e uma celebração na Basílica da Santíssima Trindade.
O diretor do SNEC assinalou que “é sempre um dia maravilhoso”, “luminoso” e “mágico” reunir cerca de cinco mil crianças do 1.º ciclo com os professores da disciplina e que esta é a maneira de ser Igreja, de ser EMRC e de colocar alunos a “sonhar” e a “desejar um mundo melhor”.
“EMRC, uma Luz no Coração” foi o tema do encontro, tendo sido esta uma escolha motivada pela situação atual global.
“Num mundo onde existe tanta escuridão, nós também queremos que a EMRC seja uma luz no coração dos nossos alunos. Naquilo que eles fazem, naquilo que eles dizem, no sítio onde estão inseridos, na escola, nas suas famílias. E achámos, então, por bem, nos dias de hoje, e fazer também um bocadinho a articulação com aquilo que vai acontecer amanhã em Roma [1º edição da Jornada Mundial das Crianças]”, explicou Cristina Brito, da equipa nacional da EMRC.
O intuito, segundo a responsável, é que esta mensagem se “dissemine” e que acompanhe os alunos onde quer que vão, “nas suas casas, nas suas escolas e nas suas famílias”.
“Dar um sorriso a quem esteja triste. No olhar, num gesto, numa palavra, basta ser isso. Luz. Jesus no coração e transmitir isso para os outros. É essa a mensagem que nós queremos deixar”, indica.
Alexandre Caetano é professor de EMRC no Agrupamento de Escolas de Valpaços, leciona há 18 anos consecutivos e pela primeira vez participa num encontro nacional de alunos de EMRC do 1.º ciclo.
“Este ano eu trago os 4.º anos de escolaridade connosco. É a primeira vez que eles vêm ao encontro nacional e naturalmente isso traz-lhes um ânimo, uma motivação para a frequência da disciplina, porque se encontram aqui com outros que, como eles, partilham as mesmas experiências, vivem os mesmos valores e dão testemunho também desses valores que nós aprendemos em contexto de sala de aula”, assinala o docente. O professor considera que num mundo em que cada vez mais o crescimento é feito de forma isolada, na solidão, é importante a realização destas iniciativas, uma vez que alunos têm a oportunidade de se encontrar com outros que partilham a mesma experiência, que apresentam os mesmos valores, o que os leva a sentirem-se “verdadeiramente comunidade”. “É isso que somos todos, uma comunidade educativa que se transforma nesta grande comunidade humana que todos hoje acabamos por representar aqui”, acrescentou. Ao contrário de Alexandre Caetano, para Beatriz Ferreira Francisco, que frequenta o 1.º ciclo da escola Professor Pedro D’Orey da Cunha, na Amadora, está não é uma experiência nova. “Já vim a um [encontro] no ano passado e gostei muito, por isso pedi aos meus pais para vir de novo”, conta a aluna de EMRC, que diz que nas aulas aprende a como tratar os outros. “Nós aprendemos a ser amigos, respeitados, a brincarmos juntos e a nunca fazermos lutas. Nada de bullying”, referiu Tess Noble, de 9 anos, da mesma escola. |
Para além das atividade promovidas ao longo do dia, o XXII encontro nacional dos alunos de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) do 1.º ciclo contou ainda com uma recolha de bens destinada à Obra do Padre Américo, Casa do Gaiato.
“Convidamos as nossas escolas, os agrupamentos, os meninos a trazerem qualquer coisa para partilharem. Esta dinâmica da solidariedade, do bem, de fazer o bem, um bocadinho como o nosso lema, pôr o coração a trabalhar, ou seja, dar coisas. E trouxemos, e é com muita alegria que temos uma recolha enorme, que para nós é muito bela, que vamos entregar à Casa do Gaiato da Guarda”, informou Fernando Moita.
LJ/OC
Igreja/Ensino: Alunos de EMRC são desafiados a despertar a luz no coração