Emergência alimentar no Quénia leva Igreja Católica a pedir ajuda internacional

A Igreja Católica no Quénia lançou um pedido de ajuda ao governo local e à comunidade internacional, para que enviem imediatamente ajuda alimentar às populações dos distritos atingidos por uma das mais graves secas na história do país. A comissão Justiça e Paz da diocese de Nakuru (Quénia centro-ocidental) alertou que, de momento, pelo menos 8 mil famílias estão literalmente sem nada para comer nesta localidade. Os números, contudo, deverão aumentar ainda mais nos próximos dias dado que quase mais 10 mil núcleos familiares estão a chegar ao fim dos seus recursos. Segundo a agência missionária Misna, para além das dificuldades em recolher produtos da terra, os quenianos têm de lidar com a especulação dos principais mercados do país, onde o preço dos cereais triplicou nos últimos dias. A época das chuvas foi bastante fraca este ano no Quénia. Em Abril e Maio a ausência de chuva nas principais zonas rurais fez com que as colheitas fossem as menos produtivas desde 1999. Com o fracasso das colheitas e com o preço do gado a cair as populações mais afectadas pela fome voltam-se agora para a caça e para a produção e venda de carvão, como forma de conseguir dinheiro para comprar comida. O Programa Mundial de Combate à Fome das Nações Unidas lançou um plano de emergência de 82 milhões de dólares para dar assistência a mais de 2 milhões de quenianos afectados pela fome e pela seca. Segundo as previsões das Nações Unidas, se no final deste ano as chuvas forem igualmente fracas, em 2005 cerca de 3 milhões e 300 mil pessoas poderão vir a ser afectadas pela fome. Segundo as últimas estimativas, 60% da produção agrícola foi queimada pela seca em 5 das 8 províncias do país, o que torna necessárias, quanto antes, quase 156 mil toneladas de alimentos.

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