A Nota Pastoral da Comissão Episcopal da Educação Cristã (CEEC) para a Semana Nacional da Educação Cristã 2007 é dedicada à relação entre a educação e as comunicações sociais. Reconhecendo que, no mundo de hoje, a influência mediática é cada vez mais sentida, o documento sublinha que essa influência “reveste-se, frequentemente, de aspectos negativos, que afectam o desenvolvimento pessoal, social e espiritual das pessoas, particularmente das mais jovens, e comprometem o progresso autêntico da humanidade”. O texto aponta o dedo a “lóbis económicos e ideológicos, que dissimulam a verdade e condicionam a liberdade”, que se traduzem “na divulgação de modelos culturais que fomentam o individualismo e o relativismo moral”, promovendo ainda uma “visão desvirtuada e tendenciosa da religião e da Igreja”. Neste contexto, é reafirmada a importância da presença da Igreja neste campo – através dos seus próprios meios de comunicação social, ou daqueles que a sociedade coloca ao seu dispor -, procurando divulgar “a mensagem e a vivência do Evangelho”, e dando o seu contributo específico “para a construção de uma cultura que integre os valores humanos e cristãos, e, desse modo, concorra para a formação integral do ser humano”. A CEEC defende, assim, que “educar as crianças para o uso correcto dos meios de comunicação social é uma responsabilidade irrenunciável dos pais, da escola e da Igreja”. “Há que estabelecer o equilíbrio entre a formação adquirida pela imagem, predominante nas mensagens televisivas e que mobiliza, especialmente, emoções, sentimentos e afectos, e a formação veiculada pelos processos que valorizam a leitura, mais apta a estimular uma racionalidade e uma reflexão fundamentais num crescimento humanamente integral”, refere a nota. “Estabelecer esse equilíbrio, que garante o desenvolvimento integral das capacidades da criança e do jovem, é um desafio a todas as instâncias educativas, de modo especial à Catequese e à Educação Moral e Religiosa Católica, numa fase de preparação e lançamento de novos catecismos, manuais e outros materiais didáctico-pedagógicos”, acrescenta. Os Bispos da Comissão deixam, por fim, um apelo aos órgãos de coordenação da Catequese e do Ensino Religioso Escolar, aos responsáveis das escolas católicas e aos párocos “para que progridam na utilização de recursos educativos, investindo em equipamentos e em formação, criando páginas electrónicas que veiculem propostas próprias ou resultantes das suas pesquisas”.