Educação: Vaticano apela a trabalho em rede das escolas católicas, para enfrentar crise e encerramentos

Cardeais Tolentino Mendonça e João Braz de Aviz escrevem carta aos responsáveis pelas instituições

Foto: Lusa

Cidade do Vaticano, 28 jun 2023 (Ecclesia) – O Vaticano publicou hoje uma carta dirigida aos responsáveis das cerca de 240 mil escolas católicas, em todo o mundo, apelando ao reforço do trabalho em rede, num momento em que muitas instituições enfrentam o risco de fechar portas.

“Exortamo-vos a pôr em marcha iniciativas, mesmo de carácter experimental, vibrantes de imaginação e criatividade, capazes de partilha e de futuro, precisas no diagnóstico e arejadas na visão. O medo dos riscos não extingue a audácia; na verdade, a crise não é o momento de enfiar a cabeça na areia, mas sim de olhar as estrelas”, escrevem os cardeais Tolentino Mendonça e João Braz de Aviz.

O cardeal madeirense, prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação, e o cardeal brasileiro, prefeito do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, organismos da Santa Sé, admitem que se vive um “contexto complexo” na atividade das escolas católicas, considerando que o mesmo “poderia favorecer uma maior disponibilidade para fazer coro”.

“Infelizmente, às vezes as escolas católicas atuam no mesmo território não como solistas que, graças ao seu timbre vocal singular, enriquecem todo o coro, mas como vozes fora do coro, isoladas, sem contexto, nalguns casos até mesmo em competição dissonante”, advertem os colaboradores do Papa.

A carta diz que é “necessário e urgente” unir os vários Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica empenhados na educação, os bispos, párocos, a pastoral diocesana e os leigos.

Os responsáveis da Santa Sé realçam que uma “parte muito significativa” das mais de 240 mil escolas católicas, “que fazem da Igreja uma das protagonistas da educação primária e secundária no mundo”, é dirigida por Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica.

A 22 de maio, responsáveis desta rede mundial de escolas católicas foram convidados para um encontro no Vaticano, que identificou dificuldades comuns levantadas pela pandemia, a crise económica, a desigualdade social e questões na relação com os Estados.

“Além disso, várias dioceses do mundo, institutos de vida consagrada e sociedades de vida apostólica estão a experimentar uma diminuição significativa de vocações”, acrescenta a carta.

A situação tem levado ao encerramento ou venda de escolas diocesana e religiosas.

“Quando presenciamos o doloroso fechamento de uma escola, fecha-se um lugar que identifica e preserva uma parcela de esperança”, escrevem os cardeais.

OC

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