Projeto ligado à Companhia de Jesus decorre em cada verão, durante 10 dias, e assinalou três décadas e meia de história convocando todos os associados
Lisboa, 16 out 2019 (Ecclesia) – O padre Vasco Pinto de Magalhães, fundador do “Camtil”, disse à Agência ECCLESIA que os campos de férias promovidos pela associação durante 35 anos fundamentam-se em quatro pilares e afirmou que os animadores são “o segredo” deste projeto.
A reportagem do acampamento que assinalou três décadas e meia de campos de férias foi emitida hoje no programa Ecclesia que passa na RTP2, onde o sacerdote jesuíta lembrou a ocasião, na década de setenta, em que, com algumas famílias, pensou em lançar um projeto que concretizassem a necessidade de “ligação à natureza” e complementasse a “educação dos colégios”, com uma “proposta menos formal”, dirigida a rapazes e raparigas e baseada na relação e com “quatro linhas de inspiração”.
“Primeiro é ir da criação ao criador; segundo ir das experiências de grupos, grupos de trabalho, de jogo, ao sentido da comunidade à descoberta da Igreja; partir dos trabalhos de campo, desde fazer uma latrina a estar a cozinhar, ao sentido do serviço solidário; e partir da experiência da fé, com liberdade e na sua complexidade, à vocação própria”, recordou o padre Vasco Pinto de Magalhães.
O Camtil é uma associação ligada à Companhia de Jesus e promove acampamentos de férias com a duração de 10 dias, há 35 anos, divididos por escalões, dos 9 aos 17 anos, para além dos campos de “Trolhas” e de “Cegonhas”, dirigidos a animadores, os pais, os adultos camtílicos.
Para o padre Vasco Pinto de Magalhães, a participação num campo de férias como os que o Camtil promove “devia contar nos currículos” porque os adolescentes e jovens ficam com uma “experiência fantástica”.
O sacerdote jesuíta considera que o tempo livre é “um tempo de liberdade” e “um tempo de síntese” daquilo que “se aprende nas escola, o que vem de casa, da sociedade política, de Deus”, que ajuda “a formar uma pessoa íntegra”.
Na reportagem realizada durante o acampamento dos 35 anos dos campos de férias promovidos pela associação “Camtil”, onde estão inscritas perto de 900 famílias numa organização que tem entre 5000 e 6000 associados, é possível perceber as dinâmicas de 10 dias de acampamento, a relação entre os participantes e o segredo para o sucesso desta proposta.
“Agora estou um bocado longe disto tudo. Mas digo sempre: os mais favorecidos dentro do campo e com mais responsabilidade são os animadores. E o grande trabalho é esse: fazer os animadores”, disse o fundador do “Camtil”.
Para o padre Vasco Pinto de Magalhães, a capacidade de “servir os outros”, de “encontrar as linguagens próprias” e de “dar o litro para que um campo corra e as pessoas saiam com vontade de viver” é a chave para a continuidade do projeto.
O acampamento que assinalou 35 anos do “Camtil” decorreu nos dias 28 e 29 de setembro, no Aeródromo de Manobra nº 1, em Maceda, perto de Ovar, e a reportagem foi emitida no programa Ecclesia, esta quarta-feira.
PR