Educação: Atitudes e valores dos alunos são «tão relevantes» quanto os conhecimentos adquiridos, defende Marçal Grilo

Antigo ministro da Educação falou em Faro sobre «A Escola no Século XXI»

Faro, 31 mar 2014 (Ecclesia) – O antigo ministro da Educação, Eduardo Marçal Grilo, afirmou numa conferência sobre “A Escola no Século XXI” que “os comportamentos e atitudes são tão relevantes quanto os conhecimentos adquiridos”.

“Os comportamentos e atitudes são tão relevantes quanto os conhecimentos adquiridos, os comportamentos e as atitudes hoje competem com os conhecimentos de base”, disse o atual administrador da Fundação Calouste Gulbenkian no Colégio de Nossa Senhora do Alto, em Faro, esta sexta-feira.

Para Eduardo Marçal Grilo é necessário cultivar características como “iniciativa, responsabilidade, trabalho em grupo, dúvida permanente, gosto pelo conhecimento, espírito inovador, saber comunicar ou liderança” e valores como o “respeito pelos outros, respeito pela verdade, humildade, tolerância, respeito pelo pluralismo ou solidariedade”.

Aos cerca de 120 educadores presentes, o orador destacou também a importância da “cultura científica”, designadamente o “espírito de observação, de dúvida permanente, de experimentação, de registo dos resultados, de elaboração e apresentação dos relatórios”, afirmando mesmo que “a cultura científica é algo em que a escola tem uma enorme responsabilidade”.

O atual administrador da Fundação Calouste Gulbenkian alertou para a importância do projeto educativo, considerando que este resulta do “conhecimento aprofundado da comunidade que serve” e que por isso “o Estado não tem que ter projetos educativos, nem projetos culturais, quem tem que ter projetos são as escolas, as sociedades, as famílias”.

Marçal Grilo dirigiu-se também aos pais que considera “essenciais” no processo educativo, defendendo que estes devem “ser referência pelo seu comportamento, atitude, pela forma como incentivam” os filhos e apontam “caminhos” criando “as condições de tranquilidade e esperança”.

“Precisamos de uma cultura de exigência”, apelou de seguida defendendo que “os pais têm que ser exigentes com os filhos”, que “os pais e os alunos têm que ser exigentes com a escola”, que “os professores têm que ser exigentes com os alunos” e que “os professores têm que ser exigentes consigo próprios e os estudantes consigo próprios”.

“Os portugueses são muito pouco exigentes com a escola”, lamentou, exortando todos a “criar, dentro da escola, a ideia de que ser exigente, compensa”.

Para o antigo ministro da educação é necessário que os jovens “se tornem adultos responsáveis e solidários, cidadãos de parte inteira, capazes de definirem o seu próprio caminho e integrados como elementos de mudança num mundo cada vez mais complexo”, disse no fim da conferência promovida pelo Colégio de Nossa Senhora do Alto, em Faro.

FD/MD

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