Educação: «A escola só faz sentido com o barulho das crianças» – Carla Silva, assistente operacional

Sinalética, álcool gel, distância de segurança marca o regresso de 900 crianças ao agrupamento de Escolas Luís de Camões, em Lisboa

Lisboa, 18 set 2020 (Ecclesia) – A encarregada dos assistentes operacionais no agrupamento de escolas Luís de Camões, em Lisboa, diz à Agência ECCLESIA que a escola se concretiza com o barulho das crianças e que os próprios alunos tiveram saudades.

“É muito bom. A escola só faz sentido com barulho de crianças. Escola não é escola sem crianças. A escola é feliz com miúdos. Entre eles, percebe-se as saudades que tinham. Eles não se apercebiam o quanto gostavam da escola”, explica a funcionária Carla Silva.

Encarregada dos assistentes operacionais há cerca de três anos, mas com experiência há mais de 10 anos, Carla Silva dá conta que o trabalho da sua equipa vai ser “mais exigente este ano”.

“Há mais regras. É um trabalho mais exigente para os assistentes operacionais. Temos noção que vamos falhar mas as falhas vão-se compondo, com ajuda de todos. Os alunos ajudam e estão muito bem dispostos para começar”, explica.

Todas as pessoas os que entram na escola, professores, alunos, encarregados de educação ou técnicos operacionais, desinfetam as mãos à entrada no portão, sendo os alunos, encaminhados por uma assistente, que neste estabelecimento de ensino se designam de «meninas», para a bolha, local exterior onde os alunos vão permanecer, numa entrada e numa saída de aula.

A identificação está identificada no local com a letra e o respetivo número da turma.

“Eles sabem com muita facilidade. Hoje às 8h da manhã, alguns alunos já aguardavam no espaço bolha por uma menina que os levasse à sala de aulas. Na sala está já um professor à sua espera. No final, não saem da sala de aula sem uma menina, para fazer o percurso inverso até à bolha. Eles vão na mesma à casa de banho ou ao bar. Mas de forma faseada”, assinala.

Os alunos seguem em fila indiana, num percurso é sempre feito pela direita, seguindo as setas que se encontram no chão até à sala de aula, respeitando muito “o espaçamento entre eles e sem passar à frente da responsável”.

A cada intervalo as salas são limpas pelas funcionárias, respeitando a mudança da turma na sala de aula ou do professor.

No recreio, na sua zona de bolha, conta Carla Silva, “deixamos que convivam, que se conheçam, mas estamos sempre atentas e em permanente comunicação”.

“Não é difícil. O espaço físico é pequeno, a sinalética está bem feita, e trata-se de colocar a informação na cabeça dos mais pequenos que acabam de chegar ao espaço”, explica, referindo-se aos alunos do 5º ano que conhecem a escola pela primeira vez.

Entre os mais velhos, indica a encarregada, “reconhecemo-nos mesmo com a máscara; nesta escola todos nos conhecemos pelo nome”.

No final do dia, afirma a responsável Carla Silva, “é muito bom sentir que por hoje correu bem”, finaliza.

LS

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Agência ECCLESIA

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