Jovens em Lisboa vão ser desafiados a partilhar «luz» com quem «está em sofrimento, está só»
Lisboa, 17 jan 2022 (Ecclesia) – A Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos 2022, que começa esta terça-feira, vai congregar em Portugal diferentes Igrejas Cristãs em volta do simbolismo da ‘Estrela de Belém’, apontando para um futuro de “esperança”.
“É um tema muito rico, porque indica que sairemos desse momento escuro e termos a esperança de que chegamos ao nosso destino e não caminhamos sozinhos, caminhamos em comunidade, em ecumenicidade”, disse à Agência ECCLESIA a presbítera Abilenia Fischer, da Igreja Lusitana (Comunhão Anglicana).
‘Vimos a sua estrela no Oriente e viemos prestar-lhe homenagem’ é o tema proposto para a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos 2022, que vai envolver as Igrejas e denominações cristãs, entre 18 e 25 de janeiro, no hemisfério norte.
Fischer acrescenta que a estrela “é uma indicação de direção, de presença, de destino”, uma saída para o caminho “inusitado” atual, um tempo diferente, “difícil”, de pandemia.
João Luís Fontes, representante da Igreja Católica no Fórum Ecuménico Jovem (FEJ), salientou que a estrela “aponta um caminho para Cristo” e, ao mesmo tempo, representa uma capacidade de “ler a realidade à luz da esperança”, e Jesus abre um caminho de luz “no meio das trevas, no meio das dificuldades”.
“Para o diálogo ecuménico é perceber que este não é um caminho fácil muitas vezes, mas que, e isto já se diz de há muitos anos, quanto mais nos aproximamos de Cristo, mais nos aproximamos uns dos outros”, assinala o convidado do Programa ECCLESIA (RTP2), nesta segunda-feira.
Os materiais para a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos deste ano foram preparados pelo Conselho das Igrejas do Médio Oriente, sediado em Beirute (Líbano), que recordam as dificuldades, entre outras, provocadas pela explosão no porto da capital libanesa, a 4 de agosto de 2020.
João Luís Inglês assinala que muitas dificuldades da região também se sentem no ocidente, para além da pandemia, as questões “da solidão, da pobreza, desemprego, dificuldades económicas”, e é “um desafio para cada um, nas comunidades cristãs, na diversidade das confissões”, serem capazes de fazer chegar a “luz de esperança àqueles que mais sofrem”.
Neste contexto, destaque para a Vigília Ecuménica Jovem em Lisboa, organizada por jovens de várias confissões cristã da região, a partir das 21h30, do próximo sábado, na igreja do Colégio de São João de Brito.
“É uma tentativa de ir ao concreto, não ficarmos apenas pela celebração mas levá-la a quem está em sofrimento, está só”, desenvolveu o entrevistado, adiantando que vão entregar “velas estrela”, da Cáritas Portuguesa, aos jovens, desafiando cada um a “confiá-la a alguém que sente que precisa dessa luz, desse sinal que não está sozinho”.
No mesmo dia, a celebração nacional, entre o Conselho Português das Igrejas Cristãs (COPIC) e a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), vai realizar-se, na Sé de Aveiro, para além de encontros em diversas regiões, como Funchal, Braga, Angra e Porto, ao longo desta semana.
O programa ‘Eco Igrejas Portugal’, um memorando de entendimento assinado pelo COPIC, a CEP, a Aliança Evangélica, a ONG ‘A Rocha’ e a Rede ‘Cuidar da Casa Comum, é um dos exemplos do caminho das Igrejas Cristãs.
João Luís Fontes, representante da Igreja Católica no Fórum Ecuménico Jovem e membro da rede, refere que estão a trabalhar em indicadores para que as comunidades façam “um eco diagnóstico”, e também a desenvolver “propostas formativas partindo da base bíblica e teológica”.
O ecumenismo é o conjunto de iniciativas e atividades tendentes a favorecer o regresso à unidade dos cristãos, quebrada no passado por cismas e ruturas.
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