Bartolomeu aponta a celebração do aniversário do Concílio de Niceia, em 2025, com o Papa Francisco
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Lisboa, 16 mai 2024 (Ecclesia) – O patriarca ecuménico de Constantinopla (Igreja Ortodoxa) elogiou hoje a “generosidade” do Patriarcado de Lisboa no apoio à comunidade ortodoxa.
“Agradecemos o patriarca de Lisboa e à Igreja Católica, porque sem a sua assistência, a nossa metrópole poderia fazer muito pouco”, declarou Bartolomeu, em conferência de imprensa, após ter celebrado a Divina Liturgia na Igreja de Nossa Senhora da Vitória.
O espaço da paróquia católica de São Nicolau é cedido duas a três vezes por mês à comunidade ortodoxa, permitindo que se reúna para celebrações litúrgicas.
Com 48 paróquias na metrópole de Espanha e Portugal, o patriarca assume que precisa “de, pelo menos, uma igreja em Lisboa e outra em Barcelona”, com “o direito de usar o edifício, de forma plena”, de forma a responder às “necessidades pastorais”.
Já na homilia da celebração, Bartolomeu tinha aludido à “grande generosidade” da Igreja Católica na cedência de lugares de culto.
Aos jornalistas, o patriarca ecuménico relatou um episódio, com o Papa, a quem pediu uma igreja na cidade turca de Esmirna, a igreja de Santa Maria, que estava confiada aos Franciscanos, a qual foi cedida à comunidade ortodoxa, em crescimento no local.
Para Bartolomeu, este é um exemplo das relações “fraternas” entre os dois líderes e suas respetivas Igrejas.
O responsável apontou às celebrações do 1700.º aniversário do Concílio de Niceia.
“O Papa Francisco quer que celebremos juntos este aniversário e planeia ir ao nosso país”, seguindo junto com Bartolomeu para Niceia, hoje Iznik, cerca de 140 quilómetros a sul de Istambul, para participar nas “importantes celebrações” do primeiro concílio ecuménico da história da Igreja.
Segundo o patriarca ortodoxo, já foi instalada uma comissão mista para preparar o evento e a visita do Papa, que é também chefe de Estado do Vaticano, precisa de um convite formal por parte do governo turco.
“Entendemo-nos muito bem e trabalhos juntos pela paz no mundo, pela unidade, sobretudo a unidade das nossas duas Igrejas irmãs, e também pela proteção do ambiente”, acrescentou, a respeito de Francisco.
O responsável ortodoxo assume que os quase mil anos de separação, após o cisma de 1054, entre Oriente e Ocidente, criam um desafio para os líderes cristãos.
“Não é fácil preencher este espaço, de um dia para o outro”, declarou.
Esta manhã, Francisco recebeu no Vaticano o metropolita Agathanghelos, diretor geral da ‘Apostolikì Diakonia’, da Igreja Ortodoxa da Grécia.
“Caminhando juntos, trabalhando juntos e rezando juntos, preparamo-nos para receber de Deus o dom da unidade que, como fruto do Espírito Santo, será comunhão e harmonia na legítima diversidade”, declarou o Papa.
OC
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