«O mundo globalizado em que vivemos exige um testemunho comum do Evangelho» – Francisco
Cidade do Vaticano, 02 set 2022 (Ecclesia) – O Papa Francisco pediu uma “comunhão mais plena e visível” entre os cristãos, um “pré-requisito fundamental para a missão crível da Igreja”, numa mensagem à assembleia do Conselho Mundial de Igrejas, reunida na Alemanha, até 8 de setembro.
“O mundo globalizado em que vivemos exige um testemunho comum do Evangelho, em resposta às urgentes necessidades do tempo presente”, escreveu Francisco, na mensagem enviada à 11ª assembleia do Conselho Mundial de Igrejas (CIM).
A mensagem foi entregue, pelo cardeal Kurt Koch, prefeito do Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos (Santa Sé), esta quinta-feira, 1 de setembro, no encontro que se realiza de oito em oito anos, e é um momento para analisar, rezar e celebrar juntos.
O Papa assinala que o mundo avança “aflito pela discórdia, pelo conflito e pela divisão”, as guerras persistem, as discriminações, “diferentes formas de injustiça e de divisão, inclusive entre os cristãos”.
‘O amor de Cristo move o mundo para a reconciliação e unidade’ é o tema da assembleia, num contexto marcado por questões fundamentais sobre a maneira de habitar a terra, sobretudo em assumir responsabilidades diante das futuras gerações, um argumento que o Papa segue com “interesse pastoral”.
Segundo Francisco, para proclamar o “Evangelho da reconciliação” de uma forma credível é necessário que procurem “uma comunhão mais plena e visível” entre os próprios cristãos, o que é um “pré-requisito fundamental para a missão crível da Igreja. Ecumenismo e Missão se pertencem e se interrelacionam mutuamente”. Por isso o alerta de Francisco de que “a comunidade cristã não cresce por proselitismo, mas somente por atração”.
“Esta assembleia já é um ícone emblemático da diversidade reconciliada. Oxalá fortaleça e aprofunda a comunhão entre todos para que a unidade dos cristãos seja cada vez mais um sinal radiante de esperança e de conforto para a humanidade.”
O Papa assinalou que é preciso lembrar sempre que “só” se tornam “convincentes” quando são fiéis ao Senhor”, alertando para a “perene tentação de adaptar a mensagem evangélica às formas mundanas de pensar”.
“A nossa missão como cristãos é fazer presente no mundo a plenitude dessa reconciliação, sendo a própria Igreja instrumento e sinal visível da unidade que Deus conclama a todos.”
A 11ª assembleia do Conselho Mundial de Igrejas, que reúne a comunidade ecuménica global da Europa, e conta com a participação de 295 Igrejas, das 352 que integram o CMI, começou dia 31 de agosto, Karlsruhe, no sul da Alemanha, e termina dia 8 de setembro.
O portal ‘Vatican News’, do Vaticano, contextualiza que a participação da delegação da Igreja Católica, fruto da “relação consolidada” com o CMI, desde a terceira assembleia, em 1961, em Nova Delhi.
CB