Ecumenismo: Papa e arcebispo ortodoxo de Atenas assinam mensagens de diálogo e reconhecimento recíproco

Encontro privado na Nunciatura Apostólica entre Francisco e Jerónimo II

Atenas, 05 dez 2021 (Ecclesia) – O Papa e o arcebispo ortodoxo de Atenas encontraram-se em privado, este domingo, na Nunciatura Apostólica (embaixada da Santa Sé), onde assinaram mensagens de diálogo e reconhecimento recíproco.

Jerónimo II, líder da Igreja Ortodoxa Grega, designou o Papa como “Santíssimo Irmão de Roma” e Francisco agradeceu-lhe pela “bondade fraterna, mansidão e paciência”.

O encontro demorou cerca de meia hora, na presença de delegações dos dois responsáveis, que deixaram mensagens no Livro de Honra da Nunciatura.

“A minha comitiva e eu viemos agradecer ao Pontífice e Santíssimo Irmão de Roma, Francisco, pela sua visita à Grécia. Saudamo-lo e desejamos-lhe uma boa viagem. Que o Deus Santo nos abençoe”, escreveu Jerónimo II.

O Papa rezou, por sua vez, para que Deus permita às duas Igrejas “continuar juntas neste caminho de fraternidade e paz”.

“Agradeço a Sua Beatitude Jerónimo II pela sua generosidade em ajudar-nos a caminhar juntos. Que o Senhor abençoe as nossas duas Igrejas irmãs e a Santa Mãe de Deus nos ajude”, desejou.

A audiência concluiu-se com uma troca de presentes.

O Papa tinha visitado este sábado a sede da Arquidiocese Ortodoxa de Atenas, onde deixou um pedido de perdão pelos erros cometidos pela Igreja Católica no campo ecuménico.

“Ações e opções que pouco ou nada têm a ver com Jesus e com o Evangelho, antes marcadas por sede de lucro e poder – com vergonha o reconheço, da parte da Igreja Católica –, fizeram mirrar a comunhão. Deixamos, assim, que a fecundidade fosse comprometida pelas divisões. A história tem o seu peso e, hoje, sinto a necessidade de renovar aqui o pedido de perdão a Deus e aos irmãos pelos erros cometidos por tantos católicos”, disse.

À entrada para o edifício, Francisco tinha sido insultado por um clérigo ortodoxo, que o chamou de “herege”.

A Igreja Católica e as Igrejas Ortodoxas continuam separadas desde o chamado Cisma de 1054, tendo estas últimas desenvolvido um modelo de autoridade próprio, de cariz nacional, pelo que os vários patriarcados são autónomos e o patriarca ecuménico de Constantinopla (atual Turquia) tem apenas um primado de honra, como ‘primus inter pares’.

As relações entre católicos e ortodoxos gregos tem sido marcada por tensões, visíveis em 2001, na primeira visita de um Papa ao país, São João Paulo II, recebido com protestos de monges e clérigos ortodoxos.

OC

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