Ecumenismo: Cristãos convidados a ser «como a Estrela de Belém» no mundo

Concílio de Igrejas do Oriente Médio preparou materiais para a Semana de Oração 2022

Lisboa, 10 jan 2022 (Ecclesia) – A Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos 2022, que no hemisfério norte decorre de 18 a 25 de janeiro e une milhões de pessoas de várias Igrejas, parte este ano do simbolismo da “Estrela de Belém”, com reflexões do Médio Oriente

“A pandemia global da Covid-19, a permanente crise económica e o fracasso das estruturas políticas, económicas e sociais na proteção aos mais fracos e vulneráveis destacaram a necessidade global de uma luz que brilhe na escuridão”, refere a proposta de reflexão, publicada online pela Santa Sé.

Os materiais para a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos 2022 foram preparados pelo Concílio de Igrejas do Médio Oriente, sediado em Beirute, no Líbano.

Estes cristãos mostram-se conscientes de que o mundo “partilha muitos dos problemas e dificuldades que eles experimentam”, e anseiam por uma luz que aponte o caminho para “o Salvador que pode vencer as trevas”.

“Mais do que nunca, nestes tempos difíceis, precisamos de uma luz que brilhe na escuridão e essa luz, proclamam os cristãos, foi manifestada em Jesus Cristo”, assinalam, lembrando que nesta região do mundo os direitos humanos são habitualmente pisados por “injustos interesses políticos e económicos”, para além de enfrentarem a crise de saúde internacional e ainda viverem as “consequências humanas e materiais” da explosão no Porto de Beirute, a 4 de agosto de 2020.

‘Vimos sua estrela no Oriente e viemos prestar-lhe homenagem’, do Evangelho de São Mateus (2,1-12), é o tema escolhido para esta semana.

“Os cristãos são chamados a ser para o mundo um sinal de Deus, trazendo essa unidade que Ele deseja. Vindo de diferentes culturas, raças e línguas, os cristãos partilham em comum a busca por Cristo e o desejo de adorá-lo”, desenvolvem os autores da proposta de reflexão para 2022.

O Concílio de Igrejas do Médio Oriente recorda que a história desta região “foi, e ainda é, caracterizada por conflito e violência”, com uma presença “crescentemente ameaçada nestes tempos difíceis”.

“A estrela de Belém é um sinal de que Deus caminha com seu povo, sente suas dores, escuta seus gritos e lhes demonstra compaixão”, acrescentam os responsáveis.

No sítio online do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, da Santa Sé, podem ser descarregados os materiais para a Semana de Oração 2022, que inclui um esquema para uma celebração ecuménica e diversos cânticos.

O ‘oitavário pela unidade da Igreja’, hoje com outra denominação, começou a ser celebrado em 1908, por iniciativa do norte-americano Paul Wattson, presbítero anglicano que mais tarde se converteu ao catolicismo.

O ecumenismo é o conjunto de iniciativas e atividades tendentes a favorecer o regresso à unidade dos cristãos, quebrada no passado por cismas e ruturas.

As principais divisões entre as Igrejas cristãs ocorreram no século V, depois dos Concílios de Éfeso e de Calcedónia (Igreja copta, do Egito, entre outras); no século XI com a cisão entre o Ocidente e o Oriente (Igrejas Ortodoxas); no século XVI, com a Reforma Protestante e, posteriormente, a separação da Igreja de Inglaterra (Anglicana).

CB/OC

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