Ecumenismo: Colaboração entre Igrejas cristãs é «visível» em Portugal

D. Manuel Felício e Luis Leal assinalam 20.º aniversário da «Carta Ecuménica»

Foto: Folha do Domingo

Lisboa, 21 abr 2021 (Ecclesia) – D. Manuel Felício, bispo da Guarda, afirmou que, em Portugal, foi feito “um esforço” para a aplicação da Carta Ecuménica, assinada a 22 de abril de 2001, nas áreas da saúde, educação e comunicação social.

“A colaboração das confissões cristãs no apoio à saúde, nas escolas e na comunicação social é visível”, realçou à Agência ECCLESIA o responsável do Departamento do Diálogo Ecuménico da Comissão Episcopal Missão e Nova Evangelização.

O responsável católico sublinha a realização de celebrações ecuménicas “muito interessantes no meio hospitalar”, com a presença de ministros das diferentes confissões cristãs.

Em relação ao diálogo inter-religioso, o bispo da Guarda salienta que ainda existe “muito caminho para andar”, acrescenta.

Numa sociedade secularizada onde “parece que a dimensão religiosa é dispensável e quase sem direito a cidadania”, o responsável do Departamento do Diálogo Ecuménico desta comissão da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) acrescenta que é fundamental “fazer um esforço para conseguir” que as propostas do Evangelho tenham “na praça pública o seu devido lugar”.

Na área da ação social, as instituições da Igreja têm lugar e são “valorizadas pelas pessoas”, mas a execução da Concordata entre Portugal e a Santa Sé tem “sido difícil”.

“As instituições públicas não dão a devida atenção a este acordo entre Portugal e a Santa Sé na sua aplicação na parte social”, lamenta D. Manuel Felício.

Em relação aos sacramentos, o representante da CEP precisa que “já foi feito caminho” no sacramento do Batismo, mas na celebração comum da Eucaristia é um dos “pontos últimos a chegar”.

“Não se pode começar pelo fim, a comunhão plena da celebração da Eucaristia vai ser um ponto de chegada”, finaliza D. Manuel Felício.

Já Luis Leal, professor da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa (UCP) – Polo do Porto e investigador do Centro de Estudos de História Religiosa da UCP refere que falar de diálogo ecuménico “só faz sentido se ele for operacionalizado em algo de concreto dentro das comunidades”.

A Carta Ecuménica apresenta desafios “bastante relevantes e muito atuais” e “a reflexão teológica teórica de fundo permanece, mas também já foi feito caminho”, disse à Agência ECCLESIA.

O professor da UCP que esteve ligado à Pastoral Juvenil e ao Grupo Ecuménico do Porto, afirmando que “há um dinamismo interessante entre a teoria e a prática”.

“É preciso dar passos, mas nunca ferir a identidade das pessoas porque o Ecumenismo não é a diluição da identidade própria”, sublinha.

Os portugueses “precisam de aprofundar também a relação com o Judaísmo” porque existem “grandes marcas” no país, prossegue.

Segundo o docente universitário, na região do Porto, Braga e Lisboa, “grandes polos habitacionais”, a sociologia religiosa inerente ajuda “na vivência e dinamismo do ecumenismo”.

LFS/OC

LUSOFONIAS – Carta Ecuménica Europeia

 

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Agência ECCLESIA

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