Economia: Pai do microcrédito propõe «comércio social» como alternativa

Muhammad Yunus assina texto no jornal do Vaticano

Lisboa, 18 jul 2014 (Ecclesia) – O pai do microcrédito e prémio Nobel da Paz em 2006, Muhammad Yunus, propõe empresas fundadas no “altruísmo” onde os acionistas apenas recuperam “o dinheiro investido, mas nada mais”, num artigo no jornal do Vaticano.

“O objetivo da Igreja é trabalhar para alcançar um nível adequado de capital espiritual, social e material no mundo”, escreveu Muhammad Yunus, o pai do microcrédito, que considera que o sistema económico atual “impede que se alcance este objetivo”

Num artigo de opinião que ocupa uma página na edição de sábado de ‘L’Osservatore Romano’, já disponível online, o economista do Bangladesh compara o sistema económico vigente a “uma máquina” que se alimenta “sugando continuamente a seiva vital da ampla base da humanidade a fim de a levar para o alto rumo a uma elite restrita”. 

Segundo Muhammad Yunus, nas chefias não existem “pessoas maldosas” mas a “máquina” é que foi “construída assim”.

“O sistema atual, que transforma as pessoas em máquinas para fazer dinheiro, não foi estudado para ter responsabilidade moral”, desenvolve.

No jornal do Vaticano, o Nobel da Paz destaca que está a propor “um novo tipo de empresa fundada no altruísmo”, ao contrário das empresas e da economia de hoje “guiada pelo egoísmo que governa o mundo”.

Nesse sentido, propõe o que chama de “comércio social”: “É uma sociedade sem dividendos que nasce para resolver os problemas sociais”.

Um género de empresas “entre a assistência caritativa” e a empresa “para a maximização do lucro”, assinala Muhammad Yunus, onde os acionistas recuperam o dinheiro investido, “mas nada mais”, porque o lucro “é investido de novo na empresa para a melhorar e ampliar”.

OR/CB/OC

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top