Economia: Organizações católicas apoiam imposto sobre transações financeiras

Criação do novo mecanismo financeiro vai ser debatida na próxima semana, em Bruxelas

Bruxelas, 08 jun 2011 (Ecclesia) – A CIDSE, plataforma que congrega 16 organizações católicas para o desenvolvimento, acredita que “a criação de um imposto sobre transações financeiras (ITF) poderá ter impacto extremamente positivo no bem-estar das pessoas e do planeta”.

Num comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA, a organização sedeada em Bruxelas explica que um mecanismo económico deste tipo “teria o potencial de angariar aproximadamente 1,21 por cento do Produto Interno Bruto mundial ou 465 mil milhões de euros, bastando para isso aplicar-se uma taxa média de 0,05 por cento em todas as transações financeiras”.

“Poderia gerar dinheiro suficiente para ajudar a resolver problemas resultantes das alterações climáticas e impulsionar projetos em favor do desenvolvimento” realça a CIDSE.

Esta posição surge numa altura em que os ministros das finanças da União Europeia (UE) se preparam para debater, na próxima semana, o impacto que o ITF poderá ter a nível mundial.

Recorde-se que este projeto partiu da necessidade da UE encontrar formas inovadoras de financiamento que permitissem lidar com a crise económica, equilibrar os orçamentos dos países, reduzir défices públicos e travar a especulação.

Só a nível europeu, os responsáveis financeiros estimam que o novo imposto permitirá obter mais-valias na ordem dos 200 mil milhões de euros.

Face a este cenário, o presidente da CIDSE considera que “não há desculpas para mais adiamentos”, no que diz respeito à disponibilização de verbas em favor da luta ambiental.

“O ITF é um mecanismo credível que poderá gerar uma quantia financeira considerável, em favor destes e outros desafios globais, sem que para isso sejam necessários sacrifícios adicionais por parte dos contribuintes” sublinha Chris Bain.

Até agora, as negociações à volta do financiamento necessário para combater as alterações climáticas têm permanecido num impasse.

Em dezembro último, numa reunião no México, os líderes governamentais decidiram criar um fundo de 70 mil milhões de euros para apoiar esta causa, ao nível das Nações Unidas.

JCP/OC

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