Iniciativa convocada pelo Papa Francisco vai realizar-se a 21 de novembro, após adiamento por causa da pandemia
Lisboa, 07 jul 2020 (Ecclesia) – Rita Sacramento Monteiro, do grupo ‘Economia de Francisco’ de Portugal, explicou à Agência ECCLESIA que os participantes portugueses estão a debater os temas desta iniciativa mundial, como ‘Trabalho e cuidado’, até ao encontro em Assis, em novembro.
“Temos uma sociedade exausta, tivemos muitos avanços, temos de olhar para isto e pensar como o cuidar pode influenciar este nosso trabalho e esta nossa organização de sociedade”, explicou em entrevista no programa ‘ECCLESIA’, emitida esta tarde, na RTP 2.
Rita Sacramento Monteiro considera que a pandemia de Covid-19 vai originar mudanças no campo laboral.
“Temos de trabalhar melhor, usando as novas tecnologia, sendo eficientes, e não esquecendo que somos mais do que só a dimensão do trabalho”, acrescentou.
A entrevistada realçou que ‘trabalho e cuidado’ é um tema que “toca tudo e toca a vida”.
“Todos precisamos de trabalhar, o trabalho faz parte daquilo que é a nossa dignidade como pessoas. Não é a nossa dignidade exclusiva, somos mais do que o nosso trabalho e, portanto, esta necessidade de olhar para o trabalho como atitude de cuidar e como podemos cuidar através da nossa atividade profissional”, desenvolveu.
Segundo Rita Sacramento Monteiro, ‘trabalho e cuidado’ é um tema que “está a desafiar” o grupo português do encontro ‘A economia de Francisco’ a pensar o futuro, “o equilíbrio entre vida profissional e vida pessoal”, entre as profissões do cuidado os “cuidadores formais, não só a questão informal”.
A nossa sociedade está muito mais organizada para a atividade produtiva mais ligada ao trabalho e o cuidado é visto, muitas vezes, como uma atividade secundária, menos importante ou relevante e o que queremos aqui é inverter o jogo e chamar à atenção”.
A organização do encontro ‘Economia de Francisco’, convocado pelo Papa para a cidade italiana de Assis, anunciou no início de março o seu adiamento para 21 de novembro, por causa da pandemia de Covid-19 que tornou impossível a reunião de mais de 2 mil jovens, com menos de 35 anos, de 115 países, incluindo Portugal.
Rita Sacramento Monteiro assinala que todo o evento “se reorganizou”, depois do adiamento de março; neste momento, estão reunidos numa plataforma digital, que a organização criou, a trabalhar em 12 temas, “12 aldeias”, numa proposta da Associação Católica de Empresários e Gestores – ACEGE.
“As 12 ‘aldeias’ são temas contemporâneos que impactam a economia e o mundo atual. Muitos são tensões, paradoxos, para nos pôr a pensar e refletir sobre como podemos agir, fazer diferente e fazer propostas. Estamos a tentar replicar esse modelo para os portugueses para pensar estes temas à luz da realidade portuguesa, das características do nosso país”, desenvolveu a entrevistada.
PR/CB