Jovens Margarida Ferreira Marques e Carlos Figueira evocam «transformação» na forma de viver
Lisboa, 16 set 2002 (Ecclesia) – Os jovens Margarida Ferreira Marques e Carlos Figueira integram o grupo que vai participar, de 22 a 24 de setembro, no encontro da Economia de Francisco, em Assis (Itália), que consideram uma “celebração” do caminho que foi “transformando” a sua forma de viver.
“Quem começou o caminho na Economia de Francisco vai celebrar o que aconteceu até aqui, este evento estava marcado para março de 2020 e o que aconteceu depois disso foi caminho que merece ser agora celebrado, por isso vamos a Assis fazer esta celebração e conhecer novas perspetivas”, afirma Margarida Ferreira Marques à Agência ECCLESIA.
A jovem, de 29 anos, destaca que “ninguém desistiu neste tempo” em que se fizeram “inúmeros webinars pelo mundo” e “vários cursos no grupo de Portugal”.
Agora queremos conhecer novas perspetivas e projetos para depois trazer para Portugal e colocar em prática”.
Margarida Ferreira Marques é advogada, mãe de três filhos, e questionou, no início, se a Economia de Francisco seria para a sua vida, percebeu que “todos são precisos” e a necessidade de “trabalhar para o coletivo”.
“Eu acho que é para todos, economia é o que administra a nossa vida, a Economia de Francisco permite ter um novo olhar sobre as pessoas e sobre as coisas, porque através desta proposta olhamos para os outros e se tivermos uma perspetiva inclusiva, construir uma economia virada para a vida, a partir daí tudo vai ser diferente, a maneira como nos relacionamos, com o nosso trabalho, com a nossa família, e é essa a experiência que tenho tido, transformação na minha vida em todas as áreas”, refere.
Já Carlos Figueira, de 28 anos, é da área da Economia, e percorreu um “longo caminho de entrada” na Economia de Francisco.
“É preciso perceber a essência do movimento, mas acho que quando participei num curso organizado pelo grupo de Portugal, foi ali que percebi que era para todos, fui explorando um pouco mais, conhecendo a história de São Francisco de Assis e senti que era um movimento para todos e passei a envolver-me sempre que podia”, conta à Agência ECCLESIA.
O entrevistado dá aulas ao primeiro ano do curso de Economia e partilhou que a Economia de Francisco mudou a sua forma de ensinar.
“Desde que comecei olho para o ensino de forma diferente, a minha vida profissional ganhou um propósito diferente, as aulas ganharam o propósito de fazer os alunos pensarem mais do que estou a ensinar, nomeadamente nos modelos económicos”, indica.
Carlos Figueira defende que “não se pode pensar só em eficiência, que a economia não é só isso” e acredita que, depois do encontro de Assis, vai “dar aulas de forma diferente, ser outro professor”.
“Acredito que a Economia de Francisco é uma transformação para a vida”, aponta.
A entrevista com os dois jovens integra o programa de rádio ECCLESIA deste sábado, na Antena 1 da rádio pública, pelas 06h00, ficando depois disponível online e em formato podcast.
O Papa vai regressar à cidade italiana de Assis, a24 de setembro, para participar na primeira edição presencial do evento, com o apoio do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral (Santa Sé).
Após a edição online que decorreu em 2020, unindo mais de 2 mil participantes de 120 países, incluindo Portugal, Francisco vai ser recebido em setembro pelos participantes, que propõem de um “Pacto” no final dos três dias de trabalho.
Há dois anos, o encontro digital apresentou uma carta-compromisso pelo direito ao trabalho digno, respeito pelos pobres, investimento na educação, apoio à sustentabilidade, igualdade de oportunidades e o fim de paraísos fiscais.
“Sejam imediatamente abolidos os paraísos fiscais no mundo inteiro porque esse dinheiro é subtraído do nosso presente e futuro, e porque um novo pacto fiscal será a primeira resposta a um mundo pós-Covid”, pode ler-se.
SN/OC