Ecologia: Papa realça «casa comum» que corre o risco «de se perder para as novas gerações»

Numa mensagem enviada ao patriarca ecuménico de Constantinopla e ao arcebispo primaz da Grécia

Cidade do Vaticano, 07 jun 2018 (Ecclesia) – O Papa enviou uma mensagem ao patriarca ecuménico de Constantinopla, Bartolomeu, e ao arcebispo primaz de toda a Grécia, Jerónimo II, por ocasião do simpósio internacional que está a decorrer em Atenas, dedicado à Ecologia.

Na missiva, publicada hoje pela sala de imprensa da Santa Sé, Francisco destaca a importância deste tipo de encontros, num mundo que corre o risco “de se perder para as novas gerações”, em termos ambientais e humanos.

E neste contexto, o Papa argentino recorda a visita que fez a Atenas, e mais concretamente à Ilha de Lesbos, acompanhado do patriarca Bartolomeu e pelo arcebispo primaz da Grécia, Jerónimo II.

Uma deslocação onde teve oportunidade de testemunhar as dificuldades que atingem muitos migrantes e refugiados que chegam àquele território, através do Mar Mediterrâneo.

Muitos deles perdendo a vida pelo caminho, em barcos sobrelotados e sem as condições mínimas de segurança.

“Embora encantado pelo cenário de um céu azul e do mar, saí de Lesbos marcado pela visão de como um oceano tão belo se pode transformar também em túmulo para tantos homens, mulheres e crianças, que apenas buscam escapar às condições desumanas que encontram nos seus países”, realça Francisco.

Para o Papa, é essencial que se perceba que “não são apenas as casas, os países das populações mais vulneráveis que se estão a desmoronar”.

É toda a “casa comum” que é a Terra que corre o risco de colapsar, se não houver uma mudança de atitude, na relação entre as pessoas e com o ambiente.

Pois se grande parte do movimento migratório, desta crise de refugiados, é motivada por guerras e conflitos, também muita desta problemática tem origem no foro “climático” e “ambiental”, nos atentados cometidos contra a Natureza, frisa Francisco.

Com isto em mente, o Papa argentino reforça nesta carta a importância de cada nação, cada povo, cada pessoa “perguntar a si própria: que mundo é que quer deixar para as gerações futuras, para as crianças que estão agora a crescer?”.

Uma questão que já tinha deixado na sua encíclica ‘Laudato Si’, para gerar um “exame de consciência sério acerca da preservação do planeta que foi entregue ao cuidado da humanidade”.

Ver a Criação como “um presente a partilhar e não como um bem privado de cada um”, implica sempre “o reconhecimento e o respeito dos direitos de cada pessoa e de todas as comunidades”, aponta Francisco, que deixa também um desafio a todas as comunidades católicas e ortodoxas, e aos cristãos em geral.

Para que trabalhem “em conjunto com todas as pessoas de boa vontade, no cuidado da Criação e para um desenvolvimento integral e sustentável”.

O simpósio internacional sobre ecologia, que decorre em Atenas, até sexta-feira, tem como tema ‘Rumo a uma Ática mais verde: Preservar o planeta e proteger as populações’.

JCP

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