Douro: Bispo de Vila Real assume preocupação com situação de viticultores

Missa das Vindimas, no Peso da Régua, evocou ainda vítimas dos incêndios da última semana

Peso da Régua, 23 set 2024 (Ecclesia) – O bispo de Vila Real assumiu, este domingo, a sua preocupação com a situação dos viticultores na região do Douro, falando durante a Missa das Vindimas a que presidiu na igreja do Peso da Régua.

“Na região do Douro, a produção deste ano foi abundante e promete vinho de qualidade. Apesar disso, para muitos a situação é difícil e as perspetivas não são muito animadoras”, assinalou D. António Augusto Azevedo, na homilia da celebração.

O responsável católico disse que “a Igreja está atenta e preocupada com a situação, o que acontece, aliás, sempre que há pessoas e comunidades em situação de maior fragilidade”.

No início de agosto, viticultores da Região Demarcada do Douro saíram às ruas do Peso da Régua, alertando para o “o princípio de uma catástrofe social” face ao corte no benefício, a redução do rendimento por hectare e as incertezas no escoamento de uvas.

O bispo de Vila Real destacou a importância da fé para “enfrentar desafios, resistindo a dificuldades e contrariedades”.

A homilia aludiu a um ambiente que “promove as emoções fáceis, mas não a reflexão, uma informação excessiva, mas às vezes pouco fiável, um uso e até abuso da tecnologia, mas em detrimento da comunicação entre as pessoas”.

“A fé cristã desafia-nos a ver as coisas de uma forma mais simples”, acrescentou D. António Augusto Azevedo.

O responsável pediu que se olhe para os “mais pobres, os sem-abrigo, os imigrantes, dando atenção àqueles que não contam muito ou não têm voz”.

O bispo de Vila Real quis homenagear a “memória dos homens e mulheres que, ao longo de gerações, deixaram o seu suor gravado nestes socalcos do Douro”.

Esta celebração é uma iniciativa do Município do Peso da Régua, com a colaboração da paróquia local.

No início da Missa, D. António Augusto Azevedo convidou a rezar pelas vítimas dos incêndios, especialmente “por aqueles que faleceram e pelos feridos”.

“Não deixamos de rezar também por todos os que foram afetados na sua vida e perderam os seus bens, pessoas, famílias e comunidades”, acrescentou.

OC

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Agência ECCLESIA

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