«Do Livro dos Salmos» oferece a espiritualidade de Mário Castrim

Do livro dos Salmos nasce o livro de Mário Castrim. Um testemunho, mais próximo e fiel, para muitos desconhecido, da sua ligação ao transcendente. “Do Livro dos Salmos” é o nome da obra que oferece uma visão mais íntima do escritor conhecido por muitos como um crítico de televisão e com “opções e ideologias diferentes”, aponta à Agência ECCLESIA, Alice Vieira, escritora e esposa de Mário Castrim. Na realidade a obra nasceu há 13 anos, apesar do seu recente lançamento. Na origem está a colaboração que Mário Castrim manteve com os Missionários Combonianos, para a revista Audácia, uma ligação iniciada em Março de 1993. Da leitura dos salmos, “da sua interpretação porque os sabia quase de cor”, foi re escrevendo poemas sobre os salmos. No desejo de o ver publicado, Mário Castrim chegou a entregar o livro à editora, afirmando que a edição seria inteiramente dedicada aos Missionários Combonianos. A vida não permitiu acompanhar a publicação. “É um livro muito bonito”, afirma sem qualquer desculpa a sua esposa de quase 40 anos. Para quem não o conheceu bem, “será uma surpresa”, admite Alice Vieira, que relembra a posição do seu marido “em desacordo com a hierarquia”, mas “católico”. Esta será uma oportunidade para as pessoas “terem uma ideia mais completa da sua pessoa”. Alice Vieira descreve um livro de grande fervor, com uma “grande ligação ao divino”. Será esta a grande surpresa, assegura. Nas conversas e leituras que Alice Vieira sempre acompanhou, e agora evidentes na publicação, esta ligação ao transcendente “foi uma relação criada no dia a dia”. O contacto com os Missionários Combonianos surge na sequência “da sua alma humana, próxima das pessoas, sempre disponível para ouvir e ajudar”, relembra a escritora. A sua espiritualidade nunca foi “uma bandeira”, foi antes um sentimento cultivado interiormente. A colaboração com a revista Audácia, no total de 102 crónicas, foram de “amizade, de companheirismo e de uma grande valorização interior”. O Pe. Manuel Augusto, Director da Revista Além-Mar e sacerdote comboniano afirma que este livro “é o grito de uma pessoa que procura, se confronta com Deus, reconhece e invoca a sua presença”. Por isso indica, ser um livro destinado a todas as pessoas que fazem uma procura de Deus, a partir dos conflitos normais e dos dramas da própria vida. Na redacção da publicação comboniana é recordado como uma pessoa com um “grande entusiasmo pela vida em geral”. “Tudo o que acontecia na vida merecia a apreciação lúcida e admirada do Mário, e ele colocava-o por escrito nas suas crónicas, sem preconceitos nem moralismos. Para ele havia uma regra essencial: a vida é harmonia, lealdade e respeito pelos inimigos”. “A amizade para com os Missionários Combonianos surgiu naturalmente, porque também ele alimentava o sonho de um mundo melhor, mais justo e fraterno. Ele era um homem profundamente preocupado e comprometido com os pobres e deserdados do mundo. Ouvia com enorme prazer todas as histórias dos missionários, e vivia a sorte e as incertezas daqueles que se encontravam nos teatros de guerra e das gentes que serviam”.

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