Direitos Humanos: Missionário Comboniano denuncia silêncio do mundo sobre a violência no Congo

“O terror é generalizado”, disse o padre Marcelo Oliveira

Foto: ACN

Lisboa, 20 jan 2023 (2023) – O missionário comboniano português, Marcelo Oliveira, denuncia o silêncio da comunidade internacional “perante a violência sem fim” na República Democrática do Congo (África).

“O que nos revolta é o silêncio” do mundo e “o terror é generalizado”, disse o padre comboniano em mensagem enviada para a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (FAIS).

Dias depois do atentado a uma igreja protestante na região leste da República Democrática do Congo, o sacerdote português presente há vários anos neste país de África, “denuncia o silêncio da comunidade internacional perante a violência sem fim e o medo em que vivem as populações, especialmente nas zonas onde atuam diversas milícias armadas”.

“O brutal tentado terrorista de 15 de janeiro, contra uma igreja protestante em Kasindi, na província do Kivu Norte, muito próximo da fronteira com o Uganda, continua a suscitar muita revolta por se ter tratado de um ato premeditado, intencional, contra uma comunidade cristã”, lê-se numa nota enviada à Agência ECCLESIA.

“Os ataques são frequentes nesta zona do norte de Kivu e os rebeldes têm semeado o terror entre a população que, constantemente, tem de fugir das suas aldeias, meter-se no meio da floresta e ficar escondida à espera que [os rebeldes] possam abandonar as aldeias”, explica o padre que é natural de Mortágua, Diocese de Coimbra.

O padre Marcelo Oliveira, que é o administrador principal da província dos Combonianos, explica que o método usado pelos rebeldes, como localmente são identificados os grupos armados, é o do ataque às aldeias, mas o que revolta mais é o silêncio com que o mundo assiste a toda a esta violência sobre populações pobres e indefesas.

“Desta vez foi numa igreja protestante, mas os rebeldes procuram eliminar a população atacando zonas ou celebrações ou manifestações onde se encontra muita gente a fim de que estas pessoas fujam, deixando as suas terras, deixando as suas casas”.

LFS

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