Direitos Humanos: JRS-Portugal distinguido na Assembleia da República

Diretor nacional do Serviço Jesuíta aos Refugiados destaca «aventura» de servir quem é mais vulnerável

Lisboa, 10 dez 2014 (Ecclesia) – O Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS) em Portugal recebeu hoje na Assembleia da República uma medalha de ouro comemorativa do 50º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

No discurso da cerimónia, o diretor do JRS, André Costa Jorge, realçou o papel desta instituição que se lançou “na aventura de estar ao lado dos mais vulneráveis e dos mais pobres”.

“Acompanhar, servir e defender os refugiados, migrantes e todas as pessoas deslocadas à força dos seus países de origem, territórios e famílias”, referiu.

A vaga de migrantes do leste europeu e da Ásia que Portugal acolheu, no final da década de 90 do século passado motivou o JRS a iniciar “um conjunto de serviços alargado” que teve o contributo de “muitos voluntários”, sublinhou o diretor.

Os trabalhos “de apoio jurídico”, “médico e medicamentoso” e formação na língua portuguesa para estrangeiros foram algumas atividades lançadas pelo Serviço Jesuíta aos Refugiados.

O júri do Prémio Direitos Humanos, constituído no âmbito da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias decidiu distinguir o JRS, "uma organização especializada em migrações que desenvolve uma forte ação no terreno, na defesa dos direitos e na integração da população imigrante em situação de grande vulnerabilidade", bem como "na promoção do diálogo em torno da imigração, diversidade e interculturalidade".

O Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS – Jesuit Refugee Service, designação em inglês), tem como missão “acompanhar, Servir e Defender” pessoas e famílias refugiadas, deslocadas ou emigradas da sua terra natal.

André Costa Jorge assinalou que, atualmente, estão a exercer medicina em Portugal “cerca de 200 médicos imigrantes” que tiveram apoio do JRS e da Fundação Calouste Gulbenkian.

Nos últimos tempos, o JRS tem sido uma organização parceira do Estado português “no acolhimento de refugiados” e desenvolveu iniciativas “na proteção de requerentes de asilo e dos migrantes irregulares”.

No contexto europeu, o Serviço Jesuíta aos Refugiados está presente em 14 países e em zonas “fortemente atingidas pelo fenómeno das migrações em massa”, como Malta, Grécia e Itália.

No ano transato, o diretor da instituição em Portugal referiu que foram acompanhados “meio milhão de migrantes” em todo o mundo, com presença na Europa, Ásia e América.

André Costa Jorge apelou aos portugueses e, em especial, aos deputados, “para que se mantenham fiéis aos valores fundamentais subjacentes à democracia e que mostrem solidariedade concreta para com os migrantes e refugiados”.

Para além do JRS, o júri do Prémio Direitos Humanos, constituído no âmbito da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias distinguiu também o Instituto de Apoio à Criança (IAC) e Maria Regina Tavares da Silva.

Fundada em 1980, a organização internacional da Igreja Católica sob a responsabilidade da Companhia de Jesus conta com cerca de 1400 colaboradores e está presente em cerca de 50 países.

LFS/CB/OC

Partilhar:
Scroll to Top
Agência ECCLESIA

GRÁTIS
BAIXAR