Fundação Ajuda à Igreja que Sofre apresentou relatório sobre Liberdade Religiosa
Porto, 26 jan 2019 (Ecclesia) – O bispo do Porto afirmou que “os cristãos estão a ser lançados às feras” e é preciso “consciencialização” das pessoas, como aconteceu com a apresentação do relatório sobre «Liberdade Religiosa no Mundo», da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre.
“Hoje é perigoso ser cristão, hoje os cristãos a ser lançados às feras”, disse D. Manuel Linda, esta sexta-feira, à margem da sessão de apresentação do relatório internacional da AIS.
Em declarações à Agência ECCLESIA, o bispo do Porto considera que é necessário existir mais “consciencialização” sobre a Liberdade Religiosa no Mundo e a perseguição aos cristãos.
“Temos de tomar consciência desta dificuldade que há hoje no mundo, temos de ajudar os nossos cristãos que o nosso mundo não é apenas aquele âmbito paroquial que nos movemos”, desenvolveu.
D. Manuel Linda quer cristãos “mais reivindicativos” para que as grande estruturas internacionais “não se dediquem apenas ao comercio, ou leis de protecionismo”, mas “promovam a pessoa na totalidade daquilo que ela é”, seja na saúde, na educação, e “na liberdade religiosa”, que hoje, “para os bem pensantes da sociedade ocidental quase não conta porque a remetem para a esfera do privado”.
A diretora do secretariado português da AIS realça, por sua vez, que “é muito importante” continuar a apresentar este relatório, e assume o objetivo de ir “a todas as dioceses”, “sempre com o objetivo de lutar contra a cortina de indiferença”.
“Só a partir deste momento em que cada um de nós está consciente da situação do mundo podemos fazer alguma coisa, ajudar a mudar e alterar este drama que vivemos década vez haver mais perseguições e menor liberdade religiosa no mundo”, salientou Catarina Martins Bettencourt.
Para o bispo do Porto, que apresentou o relatório no auditório do Paço Episcopal, estas sessões são “um serviço à pessoa humana”.
“Ao prestar atenção e promover a liberdade religiosa promovemos a dignidade humana em todos os seus âmbitos. Este relatório vem de encontro à preocupação dos cristãos, em defesa da sua fé, sem dúvida, da defesa da liberdade que nos constitui como pessoas humanas, mas globalmente vem de encontro à defesa da dignidade humana”, desenvolveu.
Apresentado mundialmente no final do ano passado, o relatório sobre liberdade religiosa analisa 196 países, entre junho de 2016 e junho de 2018, e foi construído a partir de “documentos oficiais, artigos de agências de notícias e outros media especializados em assuntos religiosos, bem como nas informações fornecidas por organizações de direitos humanos”.
A diretora da AIS Portugal salienta os “dois pontos positivos” que registaram no documento, isto é, o regresso da comunidade Cristã no Iraque e Síria às casas, aldeias e vilas historicamente cristãs “apesar da situação de fragilidade”.
Para o ano de 2019 que está a começar, a fundação pontifícia quer informar, “levar este assunto da liberdade religiosa, da perseguição religiosa a mais pessoas”, e incentivar à “oração e solidariedade” que também fazem parte da sua missão.
CB/OC