Diocese do Algarve encerrou Lausperene com vigília de oração

D. Manuel Quintas pede aos jovens que se deixem interpelar pela vocação ao sacerdócio

A Igreja do Algarve encerrou o Lausperene Diocesano, os 15 dias de oração ininterrupta ao Santíssimo Sacramento, que teve início no último dia 30 de Outubro e que percorreu todas as paróquias algarvias com o objectivo de pedir a Deus vocações de consagração.

Na celebração, presidida pelo Bispo do Algarve na igreja matriz de São Pedro, em Faro, ecoou o desafio aos jovens rapazes algarvios para que se deixem interpelar sobre a vocação ao sacerdócio.

D. Manuel Quintas desafiou os cristãos a viverem uma vida com “mais autenticidade”. O prelado exortou os presentes a interrogarem-se acerca do “sentido da vida” que lhes foi dada, acerca da sua vocação, acerca do “melhor caminho que leva à felicidade”, acerca do “amor de Deus Pai”, acerca de “Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida” e acerca do Espírito Santo.

“Vinde e escutai o que o Senhor tende para vos dizer, vinde ver como Ele nos amou primeiro e fez de nós seus filhos adoptivos, como Ele nos interpela a continuarmos a sua obra e a sentir a sua presença como luz na noite e como fogo de Deus”, disse.

Na homilia, o Bispo diocesano começou por lembrar que “só uma comunidade cristã apaixonada pela Eucaristia é geradora de vocações sacerdotais”. “É esta paixão que queremos exprimir com este Lausperene, pedindo ao Senhor da messe que mande trabalhadores para a sua messe”, referiu.

A propósito do testemunho vocacional do seminarista Vasco Figueirinha, que disse ter sido marcado pela vivência de uma Semana Santa no Seminário de Faro e por alguns sinais que interpelaram a sua vida, D. Manuel Quintas considerou “importante sabermos que Deus se serve dos caminhos mais inimagináveis para semear no coração dos jovens a semente da vocação”.

“Deus não tem a mesma maneira de pensar que nós temos” e “não faz acepção de pessoas”, lembrou ainda.

D. Manuel Quintas salientou que todas as vocações surgem da vocação à santidade, radicada no Baptismo. “Cristo é fonte e referência única de todas as vocações. Só identificando-nos com Ele e acolhendo-O na nossa vida é que podemos caminhar para a vida plena de alegria, de felicidade, de serviço, de doação e entrega aos outros”, sfimrou.

“Todas as vocações têm que ter este denominador comum”, para que a vocação cristã se viva como um “serviço”, embora de diferentes maneiras e modos na Igreja, explicou.

O Bispo do Algarve disse ainda que “não basta cruzar com Cristo o olhar”. “É preciso, acima de tudo, cruzar o coração”, completou, acrescentando que a vocação ao sacerdócio é para “entregar tudo, para se entregar todo e ao longo de toda a vida”.

A propósito, lembrou como muitos dos sacerdotes algarvios dão esse testemunho. “Alguns com mais de 80 anos ainda são párocos. Os nossos padres idosos e menos idosos são para mim um testemunho desta doação e entrega”, reconheceu.

Nesse sentido, pediu que a oração desta noite não fosse apenas para “pedir novas vocações”, mas para “louvar a Deus” por aquelas que já concedeu ao Algarve e que têm consagrado à Igreja algarvia toda a sua “vida e existência”.

D. Manuel Quintas apelou ainda a que se pedisse para todo o presbitério algarvio, o “dom da fidelidade e da perseverança”, “para que, aqueles que estão a caminho, se sintam apoiados pela oração” e vejam no actual clero o “testemunho de que precisam para confirmar o dom da vocação”.

A terminar, encontrou ainda uma explicação para o clero algarvio ser cada vez mais idoso. “Talvez Deus queira que a nossa Igreja seja diferente, não centrada na figura do padre”, referiu, apelando a uma maior corresponsabilidade dos leigos.

No final da celebração, o padre Pedro Manuel, director do Secretariado Diocesano da Pastoral Vocacional, constatando a presença das muitas crianças, adolescentes e jovens que pediu que se juntassem à frente do altar, considerou que a Igreja algarvia “tem um futuro risonho, bonito e de esperança”.

“A Igreja do Algarve está viva, tem motivos para sorrir e para acreditar que é possível olhar para o futuro com sacerdotes e com vida consagrada e olhar para a Igreja com sangue novo que corre nas veias de cada comunidade”, assinalou.

“É importante que muitos dos rapazes que estão nesta Igreja tenham a coragem de dizer sim. Hoje, se ouvirdes a voz do Senhor, não fecheis o vosso coração. Não é apenas este senhor Bispo que precisa de vós ou os padres que aqui estão que precisam de vós, é toda esta assembleia à nossa frente que precisa da vida de cada um. É o nosso Algarve que precisa dos vossos sins”, exortou ainda.

Samuel Mendonça

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