Diocese de Angra com mais um Santuário Mariano

A Diocese de Angra conta a partir do dia 7 de Maio com mais um Santuário Mariano, erecto por D. António Sousa Braga. Trata-se do Santuário de Nossa Senhora dos Milagres, na freguesia da Serreta Ilha Terceira. O novo estatuto canónico foi concedido pelo Bispo de Angra, após reunião do colégio dos consultores, em virtude de se tratar dum verdadeiro centro de espiritualidade, com uma peregrinação anual de milhares de fiéis que se deslocam no segundo domingo de Setembro, a maior parte a pé, até à aquela Igreja do Oeste da Ilha Terceira. Uma celebração presidida por D. António Sousa Braga, na qual também instituirá Acólitos os dois alunos do 5º ano do Seminário Episcopal de Angra, Dinis Silveira e Nuno Maiato, marcarão o arranque do novo Santuário Mariano dos Açores, no IV domingo da Páscoa. De Ermida a Santuário De acordo com o livro do Tombo da Serreta, “o Pe. Vicente Carreiro d’ Arruda Afonso, em 1937, descreve a origem da devoção a Nossa Senhora dos Milagres, datando-a pelos finais do século XVII, quando “um padre” – identificado posteriormente pelo Dr. António Maria Mendes como tratando-se de Isidro Fagundes Machado, que nasceu em Santa Bárbara em 1651 e falecido a 22 de Março de 1701 “vítima de injusta perseguição, se refugiou no local chamado Queimado, onde construiu uma pequena capela a Nossa Senhora”,em cumprimento de um “voto”. E, diz-nos o Pe. Vicente Afonso, provavelmente citando Drumond, “a notícia do milagre e a poesia cristã desta pequena ermida (…) atraía ali numerosos romeiros” . Além disso, “degradada esta ermida, a imagem de Nossa Senhora dos Milagres foi recolhida na Igreja de São Jorge das Doze Ribeiras (freguesia contígua) onde, em 1762, por Causa da aflição que a instabilidade militar do país fazia sentir, um grupo de “cavalheiros, militares, eclesiásticos, autoridades e algumas damas” fez voto de se tornarem seus escravos e promoverem-lhe festa anual se a ilha não sofresse qualquer investida”. A evolução histórica reforça a devoção religiosa popular: “novo alento ganhou a devoção à Senhora dos Milagres com as investidas napoleónicas. Esta Irmandade dos Escravos de Nossa Senhora -entretanto desaparecida- também assumiu o compromisso, em 1797 de construir uma igreja no lugar próprio da Serreta. Mas foi por razões populacionais que se construiu a igreja “com donativos e as esmolas” afluídas “de todos os recantos terceirenses”, encontrando- se concluída em 1842, data em que a venerada imagem foi transferida para a comunidade. A 1 de Janeiro de 1862 o Curato da Serreta foi elevado à dignidade de Paróquia por decisão episcopal de D. Frei Estêvão”. Presente confirma tradição No ano 2000 por indicação do Ouvidor de Angra, a Igreja de Nossa Senhora dos Milagres foi Igreja Jubilar pelo grande afluxo de fiéis a essa igreja ao longo de todo o ano e de modo muito particular por ocasião da festa, no 2º Domingo de Setembro, para que pudessem beneficiar graças especiais, daí decorrentes. O reconhecimento por parte da Diocese de Angra de atribuir o estatuto de Santuário Diocesano à Paroquia da Serreta já havia sido “por diversas abordado por responsáveis da Igreja com referência às exigência e serviços espirituais que um Santuário deve prestar àqueles que lá se deslocam. O dia 7 de Maio ficará para a Paróquia da Serreta como uma marca decisiva para o futuro da História Religiosa daquela localidade terceirense.

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