Responsável pelo Secretariado da Pastoral Familiar da Diocese do Porto elogia iniciativa do Papa
Porto, 24 jul 2022 (Ecclesia) – Ângelo Soares, responsável pelo Secretariado da Pastoral Familiar na Diocese do Porto, destacou a importância do Dia Mundial dos Avós e Idosos, que se celebra hoje, para sublinhar o valor dos mais velhos na Igreja e na sociedade.
“Somos um valor que nem sempre é compreendido e nem sempre é aproveitado, não é só o substituto da creche ou do ATL”, indica o convidado da entrevista semanal conjunta Ecclesia/Renascença, emitida e publicada aos domingos.
A jornada mundial foi instituída pelo Papa, em 2021, e assinala-se no quarto domingo de julho, junto à celebração litúrgica de São Joaquim e Santa Ana (26 de julho), avós de Jesus.
Ângelo Soares acredita que este Dia Mundial “faz sentido chamar a atenção para a situação dos idosos”, em particular após a crise da Covid-19.
“Houve muita gente que ficou com marcas e não sei se vão alguma vez desaparecer. Marcas de isolamento, de solidão, gente que envelheceu visivelmente, muito mais rapidamente do que seria de esperar, porque realmente lhes faltou a companhia, u a alegria, os desafios que os netos e os filhos também constituem”, refere.
Avô, o entrevistado sustenta que este é um “papel importante” no acompanhamento das novas gerações e também para os mais velhos, “porque se sentem úteis, continuam a pôr a render as suas capacidades, continuam a ser desafiados”.
Acho ótimo que essa interação também exista e que os netos gostem de estar com os avós, de ouvir histórias de outros tempos, de ver outras maneiras de ver a vida”.
Referindo que fez “muito planos” para quando se reformasse, continuando ativo, Ângelo Soares desafia todos a “pegar numa experiência de vida, mais ou menos rica, mais ou menos diversificada, e continuar a pô-la ao serviço da sociedade de outra maneira”.
“Sinto que se olha muito para os idosos como os coitadinhos”, lamenta, criticando a falta de aproveitamento destes “recursos de experiência”.
O responsável da Diocese do Porto considera que, na sociedade, “há medo de envelhecer e medo morrer”.
“É importante aceitarmos esta naturalidade de que vamos evoluindo, não é melhorando tudo, mas temos capacidades que melhoram, outas que se vão perdendo e temos de aceitar”, sustenta.
O entrevistado diz que é necessário aprender, com outras culturas, a “olhar para os idosos de outra maneira, como uma bênção e como uma fonte de experiência, com uma forma já diferente de viver a vida”.
A Igreja Católica assinala a 24 de julho o II Dia Mundial dos Avós e Idosos, celebração promovida pela Santa Sé, por iniciativa do Papa Francisco, no quarto domingo de julho, junto à festa litúrgica de São Joaquim e Santa Ana (26 de julho), os avós de Jesus.
O Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida lançou um “kit pastoral” para a celebração do II Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, em todas as comunidades católicas, com propostas para a Missa dominical e o convite a visitar quem se encontra sozinho.
Henrique Cunha (Renascença) e Octávio Carmo (Ecclesia)