Padre José Manuel Pereira de Almeida apresenta a mensagem do Papa para o Dia Mundial do Doente, que se assinala este sábado
Lisboa, 10 fev 2023 (Ecclesia) – O coordenador nacional da Pastoral da Saúde, da Igreja Católica em Portugal, afirmou hoje que este setor “não é só para os doentes” mas para dizer que “a doença não é a última palavra sobre a vida”.
“Os gestos de salvação de Jesus eram muitas curas, a salvação não é só a salvação das almas, pertence também vivermos bem na vida que nos é dada, que é uma vida que faz viver os outros quando é bem vivida”, disse o padre José Manuel Pereira de Almeida, à Agência ECCLESIA.
Este sábado, a Igreja Católica celebra o Dia Mundial do Doente, a 11 de fevereiro, na memória litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes, uma data instituída em 1992, por iniciativa do Papa São João Paulo II.
O Papa Francisco dedicou a sua mensagem do Dia Mundial do Doente 2023 ao tema «“Trata bem dele!” (Lc 10, 35): A compaixão como exercício sinodal de cura», onde alerta que “não há espaço para a fragilidade” na sociedade, inspirada na parábola do Bom Samaritano.
O padre José Manuel Pereira de Almeida assinala que o Papa, ao fazer memória da figura do Bom Samaritano, destaca a “recomendação” que “trata bem dele”, que é feita ao estalajadeiro, e está no final da parábola de Jesus, que, às vezes, não se repara, não e o foco da atenção nesta passagem.
“Não é um cuidado como se fosse só para aliviar a consciência e está feito, mas é a parte mais de responsabilidade, na continuação do cuidado que é feita com uma estrutura que é a do estalajadeiro”, acrescentou, lembrando que o Papa Bento XVI, em Fátima, no encontro com os que “davam a sua vida na área social da Igreja” que esta estalagem “pode ser a igreja e portanto isto diz respeito a todos”.
O sacerdote, médico de formação, recordou quem tem doença crónica nas comunidades e que, “muitas vezes, fica despercebida”, porque os doentes que “estão numa situação mais aguda mobilizam melhor as comunidades cristãs”.
“A possibilidade dos veem a saúde a deteriorar-se a pouco e pouco, não têm propriamente o estatuto de doente e carecem de toda a atenção”, realçou, no Programa ECCLESIA, transmitido hoje na RTP2.
A partir da mensagem de Francisco, o entrevistado lembra que a Igreja Católica está a viver “um momento sinodal particularmente importante” e a ideia de caminhar juntos “é muito importante para a Igreja deste século XXI, segundo a proposta do Papa”.
O coordenador nacional da Pastoral da Saúde explica que este serviço/setor “não é só para os doentes” mas é para dizer que “a doença não é a ultima palavra sobre a vida” de cada um, e salientou que a atenção ao “cuidado pertence à comunidade cristã, a todos”.
“A doença é uma situação que podemos passar por ela, somos pessoas que devem cuidar da saúde”, acrescentou, assinalando a importância da “edução para a saúde” no que diz respeito às crianças, aos adolescentes e jovens, existirem “hábitos de vida saudáveis, alimentação e exercício físico”.
Segundo o padre José Manuel Pereira de Almeida, a Pastoral da Saúde da Igreja Católica em Portugal procura “acompanhar os doentes nas comunidades cristãs e nos internamentos”, sobretudo através das capelanias hospitalares, a coordenação destes capelães “tem a sua autonomia” e faz um “trabalho muito meritório”, como o serviço que asseguraram “durante a pandemia quando poucos podiam ir aos hospitais”.
“Todos somos frágeis e vulneráveis; todos precisamos daquela atenção compassiva que sabe deter-se, aproximar-se, cuidar e levantar”, publicou hoje o Papa Francisco, na sua conta na rede social Twitter, em @pontifex_pt.
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