Dia internacional das populações indígenas

Pobreza, doença, exclusão, abuso e discriminação continuam a marcar a vida de uma fatia significativa das populações indígenas mundiais, apesar dos progressos conseguidos nos últimos anos, alertou ontem um responsável da ONU. Falando por ocasião do Dia Internacional das Populações Indígenas, Sergei Ordzhonikidze, director-geral do Gabinete das Nações Unidas em Genebra, considerou que problemas ambientais e o impacto do desenvolvimento e da situação económica de muitos países “têm um efeito particularmente elevado” junto das populações autóctones. Entre as prioridades continua a integração dos temas indígenas “nos esforços de desenvolvimento” mais alargados das várias estruturas das Nações Unidas, o tema que domina a 22ª sessão do grupo de trabalho especializado em populações indígenas, actualmente a decorrer em Genebra. Dados recentes demonstram as dificuldades com que ainda se deparam muitas das comunidades indígenas, perante sinais de maior exclusão e de constantes ataques em muitos países, dadas as diferenças sociais e culturais de alguns dos seus sectores da sociedade. A ONU considera que 114 milhões de crianças em idade da escola primária não andam na escola, 11 milhões de crianças morrem todos os anos de causas evitáveis e 1,8 mil milhões de pessoas “vivem em países onde faltam os elementos fundamentais da democracia formal”. Uma delegação do Programa dos Povos Indígenas do Conselho Mundial das Igrejas chamou a atenção da ONU para a importância da preservação das línguas para a história cultural dos povos. Baseados nas estatísticas da UNESCO; que revela o desaparecimento de um idioma em cada duas semanas, o Conselho Mundial de Igrejas (CMI), através do Programa dos Povos Indígenas e com o apoio de 60 organizações indígenas, alertou para a situação, sensibilizando o público e despertando a consciência da importância de não deixar as línguas indígenas empobrecerem. Para que o “Ano Internacional das Línguas Indígenas” seja proclamado, deverá ser votado na próxima Assembleia Geral das Nações Unidas, marcada para Setembro deste ano. O CMI acredita que, com essa proclamação, poderão começar a ser implementadas medidas urgentes para salvar as línguas do mundo o mais rapidamente possível.

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top