Comissão Episcopal Laicado e Família apela a um «permanente ambiente familiar»
Lisboa, 11 mar 2024 (Ecclesia) – A Comissão Episcopal Laicado e Família afirma, na mensagem para o Dia do Pai deste ano, que é necessário “reabilitar o coração”, cultivar um permanente ambiente familiar e ir além das prendas e das mensagens.
“Não bastam as prendas ou as mensagens. Vamos mergulhar dentro do nosso ser família e dar outra profundidade ao conviver quotidiano”, afirmam os bispos na mensagem enviada à Agência ECCLESIA.
O Dia do Pai é assinalado anualmente a 19 de março, festa litúrgica que evoca São José, esposo de Maria.
“Sendo ‘pai’, o agir com o coração pode exigir maior presença silenciosa e despretensiosa que estimula, sem impor relacionamentos. Tudo muito mais sereno e calmo, mais positivo e propositado, feito de sinais que nada pretendem nem esperam”, indica o documento.
Importa, por isso, parar neste dia para que o coração ocupe o lugar que sempre teve e que, agora, a modernidade parece substituir pela frieza da técnica e da pressa.”
Para a Comissão Episcopal Laicado e Família, o Dia do Pai é um “momento de paragem para filhos e pais dando asas ao coração e a tudo o que ele sugerir” e desafia pais e filhos a ser “concretos e audazes”.
“Não tornemos o amor como algo meramente repetitivo e marcado por gestos impostos pela sociedade do consumo. Algo material e de momentos. Apostemos no permanente de um ambiente familiar, tornando-o mais acolhedor, simpático, gentil, com menos palavras, talvez invisível, mas carregado do que verdadeiramente permanece para além de um dia comemorativo”, afirma.
A mensagem dos bispos refere que o Dia do Pai é assinalado no tempo de preparação para a Páscoa, a Quaresma, lembrando o “programa de renovação pessoal e comunitário proposto pelo Papa Francisco”, “parar para agir”.
“É aqui que podemos colocar a vivência do Dia do Pai. Um momento de graça que nos leva a viver de um modo diferente”, aponta o documento.
A Comissão Episcopal Laicado e Família lembra o “enfraquecimento das relações dentro e fora da família” e a submissão “ao império da tecnologia, da informática, da inteligência artificial” e aponta para necessidade de ir além das “relações protocolares e vazias de significado”.
“Parecemos ilhas ou bolhas fechadas, no mundo de um egoísmo despótico e desprezador onde o ‘essencial é invisível aos olhos’. Faltam-nos presenças, palavras, carinho, ternura, compaixão, em suma, gestos que mostrem sem-vergonha nem complexos que nos queremos verdadeiramente bem pois nos amamos apaixonadamente e sem receio de o mostrar e manifestar”, sublinha o documento.
A Comissão Episcopal do Laicado e Família (CELF) é um órgão da Conferência Episcopal Portuguesa e tem como finalidade o acompanhamento das associações de fiéis na área do Apostolado dos Leigos (Movimentos Eclesiais, Novas Comunidades, Obras de Apostolado, etc.) e a promoção da pastoral nas áreas da família, da juventude e do snsino superior.
PR