Dia do Pai: Igreja Católica fala em oportunidade para valorizar a vida e a maturidade do amor

Celebração inspira-se na figura de São José

Lisboa, 18 mar 2019 (Ecclesia) – A Igreja Católica em Portugal associa-se à celebração do Dia do Pai, a 19 de março, data em que assinala a festa litúrgica de São José, propondo-o como exemplo de vida “dedicada aos outros”.

“São José não foi egoísta, não se fixou nos seus direitos pessoais; acordou, acreditou e olhou em frente com amor generoso na edificação de uma Família”, refere uma mensagem divulgada pela Comissão Episcopal do Laicado e Família (CELF).

O texto, enviado à Agência ECCLESIA, fala da “maturidade do Amor” que o percurso de vida permite encetar: “a experiência de ser filho”, a “amizade entre irmãos, primos e amigos, num amor fraternal”, a experiência do “amor esponsal” e o “amor paternal”.

“É nesta maturidade da vida em amor, em que nenhuma das experiências abafa a anterior, antes as valoriza, que um homem alarga o seu coração e se aperfeiçoa”, refere a CELF.

O organismo da Igreja Católica em Portugal vê na celebração do Dia do Pai uma “oportunidade” para valorizar a “vida, a missão, a responsabilidade e a maturidade do amor de um pai”.

A mensagem, intitulada ‘Quem ama como um bom Pai, é parecido com Deus’, lamenta exemplos que contrariam a “figura de bom pai”, apontando o dedo aos que, “agindo com crueldade, são fonte de notícias, de mulheres vítimas de violência doméstica, de mulheres exploradas e outras escravizadas, de raparigas grávidas abandonadas, de filhos abandonados e outras situações preocupantes”.

“Tudo isto revela quanto é necessário continuar a promover a formação humana, o respeito pelos nossos semelhantes e o bem comum de todas as pessoas”, insiste a mensagem.

A CELF apela à valorização dos pais e quer “incentivá-los à maior generosidade que um bom pai pode ter”, ao viver na “missão de esposo e de pai a feliz experiência do amor que realiza e dá sentido à vida”.

Os responsáveis lembram ainda os pais desfavorecidos economicamente e também os que “vivem especiais preocupações com os seus filhos doentes ou com deficiência”.

A Igreja Católica evoca anualmente, a 19 de março, a figura de São José, patrono da Igreja universal, que o Papa Francisco tem recordado como “exemplo de vida humilde e discreta”.

O pontificado do Papa argentino iniciou-se precisamente no dia 19 de março, em 2013, e o sucessor de Bento XVI apresentou então São José como “«guardião», porque sabe ouvir a Deus, deixa-se guiar pela sua vontade e, por isso mesmo, se mostra ainda mais sensível com as pessoas que lhe estão confiadas, sabe ler com realismo os acontecimentos”.

A 19 junho de 2013, o nome de São José foi inserido nas Orações Eucarísticas II, III e IV do Missal Romano através de um decreto emitido pela Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.

A decisão de acrescentar esta referência na principal oração da celebração da missa justifica-se, de acordo com a Santa Sé, “pelo seu lugar singular na economia da salvação como pai de Jesus”.

Os factos relativos à vida de São José são contados nos Evangelhos, sobretudo nos textos de Mateus e Lucas, que o citam pela última vez no episódio da perda e encontro de Jesus no Templo.

A morte de São José não é relatada, embora se conclua, pelos Evangelhos, que ocorreu antes do início da vida pública de Jesus.

Acredita-se que o culto a São José teve início entre as comunidades cristãs do Egito; no Ocidente, os servitas, membros de uma ordem mendicante do século XIV, começaram a festejar o dia 19 de março como data da morte do santo.

Essa devoção logo teve defensores, entre os quais o Papa Sisto IV e a mística espanhola Santa Teresa de Jesus.

São José foi declarado patrono da Igreja universal em 1870, por Pio IX; Pio XII instituiu em 1955 a festa em que é homenageado como São José Operário, a 1 de maio.

LS/OC

Mensagem da Comissão Episcopal do Laicado e Família para o dia do Pai – 19 de março de 2019

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