Dia da Mãe: Grupo de mães de padres nasceu da «necessidade de rezar por filhos» que têm nas mãos «muitas vidas» – Dora Isabel

Mãe dos padres Pedro e Afonso Sousa sublinha importância de acompanhar a vocação dos filhos e da relação cúmplice de toda a família

Lisboa, 06 mai 2023 (Ecclesia) – Dora Isabel, mãe dos padres Afonso e Pedro Sousa, do Patriarcado de Lisboa, criou um grupo de mães de padres que se reúnem com o objetivo de conhecimento mútuo mas essencialmente de oração pelos filhos.

“Desafiei algumas mães, atualmente são 30. Encontramo-nos três vezes por ano, com o objetivo de nos conhecermos, trocar experiências e testemunhos e convidamos um sacerdote que nos ajude a aprofundar o que é ser padre, para podermos conhecer mais e melhor a cabeça e o coração dos nossos filhos, para os ajudarmos”, conta à Agência ECCLESIA.

A mãe de dois sacerdotes, ordenados em 2022, sentiu ser importante “juntar as mães para rezar pelos filhos”, em especial, adianta, “neste momento em que a Igreja em Portugal está a precisar muito de oração”.

“Como mães de padres temos uma responsabilidade acrescida. Para além das suas vidas, os nossos filhos têm nas suas mãos, a vida de muitas pessoas. São eles que anunciam Jesus, que ajudam muitas pessoas a chegar ao céu. É uma missão muito bela mas também de muita responsabilidade e as mães estão na retaguarda”, indica.

Dora Isabel explica tratar-se de “um grupo aberto, disponível para receber mais mães”, com carácter nacional e que agrega a si sacerdotes de diferentes congregações religiosas e proveniências.

O Dia da Mãe, que vai ser celebrado em Portugal a 7 de maio, foi ocasião para juntar os padres Pedro e Afonso Sousa à mãe Dora Isabel, para falar sobre a experiência da maternidade e de como a família foi acompanhando o crescimento e o discernimento “natural” dos filhos em ordem ao sacerdócio.

“A presença maternal foi decisiva também na caminhada no Seminário. Passamos por dúvidas, momentos mais difíceis e saber que temos o apoio de alguém que nos ama, isso sente-se e vive-se, desde pequenos. Foi neste ambiente familiar que a fé cresceu: não nasceu connosco mas foi-nos dada desde muito pequenos. Isso foi decisivo para hoje ser padre”, recorda o padre Pedro Sousa.

O irmão, padre Afonso Sousa, recorda o “pilar” que a mãe sempre foi: “Sentimos que a mãe foi um pilar, de nos ensinar a fé, a rezar, quase como crianças que aprendem a dar os primeiros passos, assim foi nos primeiros passos da fé. A mãe é um pilar na nossa vida, a sua disponibilidade e alegria, também agora como padres; sabemos que temos um pilar em quem confiar e com quem partilhar”.

Dora Isabel mãe dos gêmeos e de mais duas filhas, Carolina e Teresa, fala da maternidade como um “mistério”, como algo que “confere outra dimensão sobre a vida”.

“À medida que os filhos vão crescendo, vão-nos ensinando e abrindo horizontes. E ter filhos padres, abre ainda mais. Sempre fui mãe galinha, mas esta separação ensinou-me a confiar, a deixar de ser tão mãe galinha. Percebo que deixei mais os meus filhos nas mãos de Deus. Não podia ser de outra forma. Eu deixava-os no seminário e só voltava ali passado 15 dias. Foi um processo que me ajudou a educa-los, também às irmãs, com maior sentido de liberdade”, recorda.

Ordenados em junho de 2022, o padre Afonso é atualmente vigário Paroquial na paróquia do Parque das Nações e o padre Pedro encontra-se em funções similares em cinco comunidades na zona de Loures, mas a cada segunda-feira à noite a família continua a juntar-se ao jantar para partilhar a vida.

“É uma alegria ter quatro filhos que se dão muito bem, são muito amigos e têm muita cumplicidade entre todos. É bonito uma mãe olhar para os seus filhos adultos e ver pessoas bem formadas, com sentido de amizade, partilha e generosidade entre todos”, finaliza.

A celebração do Dia da Mãe, com a experiêncai de Dora Isabel, vai estar também em destaque na emissão deste domingo do Programa ECCLESIA, na Antena 1 da rádio pública (06h00).

PR/LS

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