Presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social lança Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social
D. Carlos Azevedo, presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social, lançou este Domingo a celebração do Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social, colocando no centro das preocupações os “que não têm voz na sociedade”.
“Não são só os pobres a quem importa dar voz. São os desempregados que não têm quem os represente. São as centenas de milhares de pessoas a recibo verde. São as pequenas e médias empresas injustamente impedidas de aceder ao crédito que lhes garantiria a sobrevivência”, apontou.
Na celebração da Missa de Reis, na igreja paroquial de Nossa Senhora da Purificação de Oeiras, o Bispo Auxiliar de Lisboa lembrou que estas pessoas “não têm sindicatos a encher telejornais, tantas vezes obcecados nas suas lutas e esquecidos do bem comum do país”.
Segundo D. Carlos Azevedo, “a insegurança sobre o futuro ganha espaço nos corações e, dada a falta de confiança nos actores políticos, não se antevêem melhores dias”.
Este responsável admitiu haver muito a fazer para que “na Igreja todos se sintam em casa”, mas disse que “se assim não for a estrela não brilha, não atrai e os Herodes, déspotas de cada hora, ganham espaço na teia da confusão mental, nas obscuridades e nas vias corrompidas pelo Pai da mentira”.
“A nossa identidade cristã de pregoeiros da luz de Cristo faz-nos levar, em carne real de humanidade, alternativas luminosas para esta escuridão social. A iluminação sobrenatural em ordem à salvação passa por uma coerência responsável nos actos e passos a desenhar e a realizar para completar o que falta ao Natal, para o deixar hoje ser manifestação de salvação universal, expressão urgente da vontade salvífica de Deus sobre cada ser humano”, referiu.
Em conclusão, D. Carlos Azevedo convidou os católicos a “ousar sempre mais fazer convergir forças construtivas sem acepção de pessoas, para reencontrarmos a Estrela, o sentido, a paz e a justiça”.
Na Guarda, D. Manuel Felício lembrou o “processo de desactivação das grandes empresas que colocam no desemprego centenas e centenas de pessoas”, exigindo “políticas nacionais ambiciosas”.
“Elas passam principalmente pela criação de condições que possam mobilizar as pessoas para iniciativas capazes de aproveitar, de facto, os recursos que temos nos nossos ambientes”, indicou, deixando votos de que o Ano Europeu de luta contra a pobreza e a exclusão social “seja realmente vivido por todos nós na procura de soluções inovadoras”.