Serviço Pastoral a Pessoas com Deficiência lança inquérito para conhecer realidade paroquial
Estoril, 03 dez 2018 (Ecclesia) – O Serviço Pastoral a Pessoas com Deficiência do Patriarcado de Lisboa quer que cada conselho pastoral em cada paróquia tenha “uma pessoa que se dedique aos temas da inclusão”.
“A inclusão não passa por fazer coisas de novo mas por uma atitude desperta”, refere à Agência ECCLESIA Carmo Diniz, coordenadora da Equipa da Pastoral a Pessoas com Deficiência, no Patriarcado de Lisboa.
Mais do que uma atitude assistencialista, a responsável indica o benefício para toda a comunidade.
Mãe de Bernardo Diniz, com nove anos e com “99%” de incapacidade, Carmo lamenta que os cidadãos com deficiência, “em especial se forem adultos” se mantenham desconhecidos nas comunidades paroquiais: “Há pessoa que só encontro em celebrações pontuais, em tempos litúrgicos específicos. E em outras semanas, essas pessoas não querem ir à missa?”
O serviço pastoral está a fazer um inquérito às paróquias onde pretende encontrar uma “mapa inicial” das comunidades que já trabalham este tema, “que sejam mais inclusivas ou tenham instituições de pessoas com deficiência na sua área”, para direcionar o seu trabalho.
Carmo Diniz frisa ainda a importância de o responsável paroquial “verbalizar a vontade da inclusão”.
No Patriarcado de Lisboa, esta resposta pastoral começou a funcionar há dois anos e insere-se no setor da pastoral sociocaritativa, mas, alerta a coordenadora, “será uma resposta transversal a todos os sectores da pastoral”.
Importa, por isso, mais do que “um plano traçado, dar visibilidade ao serviço”, pois, afirma a responsável, “na deficiência, não há resposta iguais para pessoas iguais”.
Reconhecendo que “dificilmente” estaria neste serviço se não fosse o seu filho Bernardo Diniz, Carmo afirma o quanto a valorização da pessoa com deficiência deve ser uma realidade.
“A pessoa não é a capacidade que tem, não é o que consegue fazer. A dignidade é muito para além disso. A sua fragilidade ou incapacidade, ou deficiência, ajuda-nos a sermos melhores, mais humanos connosco e com os outros”, conclui.
LS/OC
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