Declaração de Durban de 2001 está ainda por implementar

D. Silvano Tomasi pede na Conferência de Durban tradução em acções das convicções da comunidade internacional Oito anos depois de assinada a Declaração de Durban e do Plano de Acção (DDPA) que previa um combate global ao racismo, a sua aplicação está ainda longe de estar concretizada. A denúncia partiu do Observador Permanente da Santa Sé nas Nações Unidas e outras Organizações em Genebra, o Arcebispo Silvano Tomasi. “O progresso só será atingido através de uma renovada determinação que traduza em acções as convicções afirmadas na Conferência de que «todas as pessoas e indivíduos integram a família humana, rica em diversidade» e que todos os seres humanos são iguais em direitos e dignidade. Só assim as vitimas do racismo serão livres e terão um futuro de paz”, manifestou D. Tomasi na sua intervenção durante a Conferência de Durban sobre o racismo, que decorre em Genebra e termina esta Sexta-feira. Em 2001, a Santa Sé participou na conferência de Durban e deu o seu apoio à DDPA, “consciente de que combater o racismo é necessário e indispensável para a construção de uma governação, sustentada no desenvolvimento, na justiça social, na democracia e na paz”, recordou o Arcebispo. A persistência do racismo demonstra que “algumas pessoas têm menos dignidade e valor do que outras e atinge a igualdade fundamental das pessoas, conduz à violação dos direitos humanos dos indivíduos e de grupos de pessoas”. Na sua intervenção, o Arcebispo condenou o uso de técnicas artificiais de procriação. “A possibilidade de escolher a cor dos olhos e outras características físicas de uma criança pode conduzir a uma subcategoria de seres humanos ou à eliminação de seres humanos que não preenchem as características predeterminadas pela sociedade”. A partilha de recursos e de melhores práticas num esforço concertado para implementar as recomendações da DDPA na erradicação do racismo está dependente do assumir o ser humano como central. “Esta tarefa é responsabilidade de todos”, assegurou aos participantes da Conferência de Duban onde estão representados 140 países. D. Tomasi assegurou ser indispensável a criação de declarações internacionais e legislação nacional para conduzir uma cultura pública de combate ao racismo, discriminação racial e intolerância. “Também os media deveriam estar livres de preconceitos para actuarem juntamente com o sistema educacional e a sociedade, pois só uma acção colectiva pode promover a dignidade humana”. A Santa Sé condenou o discurso do Presidente do Irão, Mahmoud Ahmadinejad. D. Silvano Tomasi referiu que esta Conferência “deu um passo em frente no combate ao racismo” mas também foi palco de “posições extremas e ofensivas que a Santa Sé rejeita. Estas atitudes não contribuem para o diálogo, mas antes provocam conflitos inaceitáveis e não podem, de forma alguma, ser aceites ou partilhadas”. Notícias relacionadas Santa Sé saúda declaração final de Conferência da ONU sobre o racismo

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