José Luís Nunes Martins
No fundo do nosso coração, desejamos que o mundo não mude nada do que temos de bom na nossa vida. Alimentamos uma esperança de que o bem que nos rodeia, o que temos e as pessoas boas que fazem parte do nosso presente, fiquem para sempre.
Claro que o tempo passa e não respeita nada dessa nossa vontade quase infantil, e nós sentimo-nos traídos e angustiados no sentido mais profundo.
Os nossos anos, dias e minutos são partes de um caminho acidentado cheio de saltos e de surpresas boas e más. Pouco se mantém a não ser o nosso eu, e mesmo esse também vai aprendendo com tudo o que acontece.
As nossas vidas são semelhantes a uma viagem em alto mar. Há quem prefira chorar o tempo todo pelo porto de onde saiu, outros concentram-se no que têm dentro do seu barco, e outros sorriem enquanto sonham com o que pode esperá-los nos lugares que estão por descobrir.
A ansiedade é uma falsa certeza de que nada de bom se avizinha no tempo. Ou seja, não só o bom do passado não voltará, como o que ainda disso existe no presente se vai perder. O medo é o contrário da felicidade e a ansiedade é medo.
Claro que quem passa a vida de olhos fechados, mergulhado nas memórias do passado ou em agarrar o que tem no presente, nunca será capaz de ver e viver as maravilhas do hoje e do amanhã… pelo que os seus receios acabam por se tornar reais, mas a responsabilidade dessa infelicidade talvez não seja da realidade!
O remédio passa por não nos agarrarmos ao que acreditamos que somos, nem ao que julgamos que devíamos ser sempre.
Cada um de nós é único, valioso e importante. Ainda que possamos julgar que somos apenas mais um, que nada valemos e que não somos úteis para a felicidade de ninguém…
Aceita-te como és, livra-te da frustração de não ser perfeito e serás feliz!