O Bispo emérito deposita esperança no futuro de Timor Leste e sublinha «diálogo como caminho para a paz» O diálogo é a via possível para que Timor Leste encontre o seu caminho e progrida na reconstrução e na paz. Esta é a proposta que D. Ximenes Belo, Bispo emérito de Díli e prémio Nobel da Paz em 1996, sempre defendeu e o caminho que acredita conduzir “à resolução dos problemas”. Por ocasião da tomada de posse do D. José Alves, ontem em Évora, D. Ximenes Belo partilhou com a comunicação social a esperança que deposita no futuro. “Depois do que aconteceu espero que os timorenses saibam corrigir os erros e olhar para o futuro”, afirmou, acrescentando que a independência “custa a construir”. No entanto, “agora temos de unir as mãos, olhar para o objectivo comum, que é a reconstrução da paz, do desenvolvimento e da reconciliação”, afirmou o Bispo emérito. Há questões a resolver no país. D. Ximenes Belo indica que é preciso resolver a questão dos peticionários, a questão dos deslocados e apostar na criação de postos de trabalho para os jovens. “O governo tem todas as possibilidades para encetar a via do diálogo com os peticionários”, adiantou. O diálogo não é fácil, reconhece o Bispo, mas “se cada um reconhecer a sua humildade e reconhecer os erros,se se perdoarem mutuamente, podem em conjunto reconstruir uma nova nação”. D. Ximenes Belo reconhece que cada um tem os seus pontos de vista e ideologias, “mas o bem comum exige o sacrifício da parte de todos”. Enquanto voz da Igreja, nesta Quaresma, o Bispo emérito apela “à reconciliação, ao perdão, à disciplina, e ao trabalho”.