D. Manuel Linda lamenta casos de abuso sexual de crianças

Igreja «arrastada para a praça pública» não cessa trabalho «não mensurável mas efectivo»

D. Manuel Linda afirma que não reconhecer as boas obras da Igreja é “sinal de má vontade”. O bispo auxiliar de Braga abordou o tema dos casos de abuso sexual de crianças por parte de membros do clero que têm vindo a público, na celebração a que presidiu no Santuário de São Bento da Porta Aberta, em Terras de Bouro, no Gerês.

A Igreja foi “arrastada para a praça pública” por parte de alguns membros que “deveriam dar bom e acabaram por dar mau exemplo”. Reconhecendo que “o mal é sempre mal e, nestes casos absolutamente lamentável”, D. Manuel Linda aponta acusadores que “gostam de chacota e de chafurdar na lama”.

O bispo auxiliar de Braga indica a necessidade de uma “conversão radical para que tais situações confrangedoras nunca mais se repitam” mas sublinha o “número diminuto” mesmo considerando que “sob o ponto de vista das estatísticas –o que eu não farei- quase se poderia considerar residual e insignificante”.

Esta minoria não pode por em causa “a condição e o bom-nome da maioria”.

O bispo auxiliar de Braga foca diversas áreas onde a Igreja ajuda a construir a sociedade humana que não são alvo de notícia – “os mais diversos sectores que tecem a sociedade humana, na maioria das vezes de forma absolutamente apagada, naquilo que não constitui notícia para quem só relata escândalos, mas que, não obstante, constitui o que mais interessa ao mundo”.

 D. Manuel Linda fala num “bem não mensurável, mas efectivo”. A orientação e escuta dos dramas de vida, estímulo aos desanimados, incentivo à vivência humana com dignidade, promoção dos valores “mormente da misericórdia e paz”, promoção de assistência e solidariedade social, apelo à partilha com quem mais necessita, promoção da família, presença nos mundos da cultura e da educação são alguns exemplos citados pelo bispo que o leva a sublinhar que “a Igreja continua como a única comunidade de salvação”.

Recorde-se que Bento XVI enviou este Sábado, dia 20, uma carta aos católicos na Irlanda onde assume, enquanto responsável pela Igreja Católica universal, vergonha pelos abusos sexuais cometidos por membros do clero.

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Agência ECCLESIA

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