D. Karel Otčenášek em visita a Fátima pela segunda vez

Arcebispo da República Checa que viveu preso durante 11 anos A celebração Eucarística de 1 de Outubro, em Fátima, presidida pelo bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, ficou marcada pela presença de D. Karel Otčenášek, arcebispo emérito de Hradec Králové, na República Checa. Actualmente com 86 anos de idade (nasceu a 13 de Abril de 1920), D. Karel Otčenášek foi ordenado bispo em Abril de 1950, tendo sido preso um ano depois. D. Karel Otčenášek, perseguido pelo sistema comunista, esteve preso onze anos da sua vida, de 1951 a 1962, em várias prisões nas localidades de Pardubice, Hradec Králové, Mírov, Leopoldov, Kartouzy, entre outras. Após a sua libertação, trabalhou numa fábrica e só em 1965 reiniciou o seu trabalho pastoral como sacerdote, em Trmice. Pela segunda vez em visita a Fátima, D. Karel Otčenášek integra um grupo de 150 peregrinos ligados ao Apostolado Mundial de Fátima na República Checa e na Ucrânia. Povo de profetas Durante a homilia, aproveitando o testemunho da presença de D. Karel Otčenášek, para quem pediu uma salva de palmas e a quem endereçou um agradecimento “pelo testemunho da fé”, D. António Marto convidou os peregrinos a fazerem com ele uma meditação “sobre como viver a fé, hoje, à luz da Palavra de Deus”. Tal como aconteceu com Moisés e o seu povo na travessia do deserto, afirmou D. António Marto, na nossa travessia da vida, na peregrinação terrena, há obstáculos, há dificuldades e ocasiões em que a fé pode esmorecer. “Todo o nosso mundo se assemelha a um deserto, a nossa vida assemelha-se a uma travessia onde experimentamos os obstáculos e as dificuldades e corremos o risco de perder a alegria, a frescura e o encanto da fé (…), fé que dá conforto, sabedoria, luz e alegria, ao coração e à vida”, disse D. António, exortando os cristãos a serem profetas. “O Senhor convida-nos a sermos um povo de profetas, a saborearmos a experiência da fé e a sermos testemunho da beleza da vida”, afirmou D. António exortando os peregrinos presentes no Santuário, que disse ser “local de encontro com Deus”, a partirem de Fátima “com a fé renovada, cheios de alegria, fé e entusiasmo” e mais conscientes daquilo que é ser cristão. “Ser cristão hoje é ser diferente em muitos critérios mundanos que modelam a vida dos homens”, afirmou concretizando: “não podemos (como cristãos) adorar a Deus e ao Diabo”.

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