D. António Sousa Braga quer esclarecido reconhecimento do Estado à função social da religião

O bispo de Angra, D. António Sousa Braga, defendeu ontem, em Ponta Delgada, a necessidade de ser esclarecido o reconhecimento do Estado à função social da religião, alertando que estão em causa acusações infundadas de privilégios à Igreja Católica. “Reconhece ou não o Estado uma função social à religião, independentemente das obras sociais e culturais que as confissões religiosas desenvolvem?”, questionou, na cerimónia de entrega da nova Igreja de Nossa Senhora de Fátima, construída no Lagedo, na zona alta de Ponta Delgada. O novo edifício, orçado em mais de três milhões de euros, tem capacidade para acolher 400 pessoas, tendo a sua construção sido promovida pela Câmara de Ponta Delgada. Na sua intervenção, D. António Sousa Braga destacou o carácter “inédito” desta situação, aludindo ao facto da construção da igreja ter sido assumida pela autarquia, num terreno cedido pelo governo regional. “Isto significa que o edifício foi considerado como uma estrutura ao serviço da comunidade. O que não é muito comum nestes tempos, em que campeia a tendência laicista da sociedade”, afirmou. Para o bispo, “a religião tem uma função social, que não se reduz simplesmente à gestão de valências de carácter social, como se costuma repetir à saciedade, com uma concepção bastante restritiva da laicidade do Estado”. “O Estado é laico mas não necessariamente a sociedade. Do ponto de vista religioso, é plural”, frisou, salientando que “por não ser confessional é que o Estado respeita e apoia a vivência religiosa de cada cidadão”. Redacção/Lusa

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