Igreja/Saúde: Bispo de Viseu defende «cultura de gratuidade» opondo-se à «desumanização» e ao «descartável»

D. António Luciano convida a procurar sempre o bem do doente

Viseu, 05 fev 2019 (Ecclesia) – O bispo de Viseu disse que os doentes “têm o direito a ser tratados com as melhores práticas em saúde”, na sua mensagem para o Dia Mundial do Doente 2019, que a Igreja Católica assinala a 11 de fevereiro.

“A prestação dos cuidados de saúde aos doentes deve procurar sempre o maior bem, mesmo perante as conquistas alcançadas pelos avanços da medicina e das biotecnologias, pois estas devem ser colocadas ao serviço da pessoa humana e da sua dignidade e nunca favorecendo a sua manipulação”, escreveu D. António Luciano, que assina a mensagem da Comissão Nacional da Pastoral da Saúde.

O bispo salienta que “é responsabilidade e missão” de cada profissional “proporcionar os melhores serviços e oferecer as melhores práticas em saúde”.

“Aqui desempenham um serviço importante os administradores, os gestores, os médicos, os enfermeiros, os técnicos e operacionais de saúde, os capelães e os assistentes espirituais, os voluntários, as famílias e toda a comunidade”, observa o responsável, que já foi enfermeiro.

D. António Luciano realça que a “humanização dos cuidados de saúde”, a promoção da verdadeira qualidade de vida, “o cuidar com a razão e o coração” desafiam “a sair do egocentrismo, do individualismo” de cada pessoa para lutar “contra a cultura do descartável e da indiferença”.

Para o bispo de Viseu, o voluntariado e a humanização do cuidar devem “levar as instituições católicas e outras” a promover uma “cultura de gratuidade opondo-se à cultura da desumanização, do lucro e do descartável”.

“O voluntário comunica valores, comportamentos e estilos de vida que têm no centro o fermento da doação ao outro; A alegria do serviço como um dom gratuito é um indicador apontado para se ser voluntário junto dos doentes e de todos os que sofrem”, desenvolveu.

‘Recebestes de graça, dai de graça’, do Evangelho de São Mateus, é o tema da mensagem do Papa Francisco para o 27.º Dia Mundial do Doente, no próximo dia 11 de fevereiro; as celebrações solenes vão ter lugar em Calcutá, na Índia, onde Madre Teresa desenvolveu a sua ação.

“O testemunho e o exemplo de Santa Teresa de Calcutá continua atual e é uma referência a guiar-nos no horizonte do serviço a prestar à humanidade fragilizada e necessitada de compreensão e ternura”, destaca D. António Luciano.

Segundo o bispo de Viseu, o cuidar dos pobres, dos doentes e dos moribundos “precisa de profissionalismo, de ciência e ternura”, de gestos gratuitos e imediatos, de simplicidade e humildade, onde “o acolher com amor faz a diferença” de sentir quanto o outro nos é “querido”.

O Dia Mundial do Doente foi instituído pelo Papa São João Paulo II a 11 de fevereiro de 1992, na memória litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes (França).

Na mensagem da Comissão Nacional da Pastoral da Saúde, D. António Luciano pede aos cristãos para celebrarem o Dia do Doente como “uma oportunidade de oração, de reflexão e estudo” sobre a dignidade e o valor da vida humana, “a dimensão existencial da dor e o sentido cristão do sofrimento”.

CB/OC

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