D. Antonino Dias exorta cristãos a «incendiar» de fé a sociedade

O Bispo Auxiliar de Braga, D. Antonino Dias, exortou, ontem, os cristãos a serem «incendiários » da fé e do amor de Deus, ateando permanentemente a riqueza da sua palavra na sociedade. «Temos que ser incendiários do fogo do amor de Deus», afirmou, na homilia da missa da peregrinação da Confraria da Senhora do Sameiro, que encheu a criptado santuário de fiéis. Servindo-se da palavra do Evangelho, D. Antonino Dias apontou que o «fogo» que Jesus Cristo veio trazer «é o da sua palavra, da sua pessoa, do espírito». «Um fogo que tem que ser incendiado. Nós temos que ser incendiários do mundo com este fogo do amor de Deus, sobretudo quando anda por aí tanto bombeiro voluntário a querer apagar este fogo da fé cristã, da justiça, da caridade, do amor e da riqueza da palavra de Deus», apontou aos fiéis que, ontem, participaram na missa da peregrinação estatuária da Confraria da Senhora do Sameiro. Mesmo sabendo das divisões e aborrecimentos que as exigências da afirmação da palavra de Deus e da santidade provocam no seio familiar e comunitário, o Bispo Auxiliar de Braga apelou aos católicos que não se furtem «a esta tensão sadia que precisa de ser gerada para que todos dêmos rumo novo à vida enquanto famílias cristãs». Sublinhando que a inculturação da fé constitui a missão fundamental da família, D. Antonino Dias observou que «o cristão tem que viver de convicções e firmeza se quer chegar à meta de Jesus Cristo». O prelado aproveitou a significativa concentração de pessoas na cerimónia religiosa para apelar às famílias que invistam «no fortalecimento da cultura cristã», lembrando as palavras de João Paulo II quando afirmou: «do vosso exemplo, queridos pais, depende em grande medida a fisionomia moral dos vossos filhos». Assim, prosseguiu, perante a cultura que nos envolve, «a sociedade precisa do vosso testemunho contra-cultural, pois dele depende o futuro da humanidade». Isto é, «a sociedade que tudo relativiza e tudo sujeita aos seus caprichos egoístas, onde cada um nada mais vê para além de si próprio; esta sociedade que subestima, e até agride, a família, precisa que, como famílias cristãs, vós marqueis a diferença », solicitou. Insistindo na necessidade da diferença, o Bispo Auxiliar de Braga apontou, ainda, que a sociedade «precisa que testemunheis com alegria a vossa estabilidade matrimonial, que desenvolvais o vosso potencial positivo, especialmente a vossa capacidade de amar e comunicar. Isto também vos ajudará a aprofundar, cada vez mais, a vossa união e a congregar forças para viver, amar, sofrer e orar com maior intensidade, testemunhando as vantagens do casamento indissolúvel, o respeito pela vida que nasce como dom e cria no lar um ambiente de paz e carinho». Observando a riqueza da família cristã, o prelado pediu também «um ambiente propício ao fortalecimento da autodisciplina através da graça e das virtudes, cultura de respeito e responsabilidade, e solidariedade». Tudo porque «o auto-respeito e a reverência de uns pelos outros faz compreender aos mais novos a diferença entre uma pessoa e um objecto e sabem que nunca devem fazer as suas escolhas morais de forma utilitária; que nunca deverão usar as pessoas, mas servi- las e amá-las». «As pessoas formadas com este sentido de responsabilidade pessoal, saberão reconhecer e viver, mais tarde, nesta atitude de quem sabe que a família constitui a base do bem comum da sociedade e é o segredo da estabilidade social», concluiu D. Antonino Dias.

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