D. Albino Cleto receia encerramento da Casa do Gaiato em Miranda do Corvo

D. Albino Cleto está preocupado com o futuro da Casa do Gaiato, em Miranda do Corvo. O Bispo de Coimbra, numa entrevista ao «Correio de Coimbra», afirma não querer deixar morrer esta instituição, mas que, enquanto Bispo, não pode interferir pois não depende dele, “porque a Obra da Rua é juridicamente autónoma, inclusivamente no foro canónico”. Há o perigo de a instituição encerrar por falta de padres. D. Albino Cleto disponibilizou um sacerdote diocesano para a Obra de Rua, e fazendo isto “deixa de poder colocá-lo ou mudá-lo”, explica, pois passa a ser “tarefa da direcção da Obra”. Esta é constituída por um Director, que se torna padre responsável pela casa sede, a casa de Paço de Sousa, e pelo seu Conselho, composto pelo conjunto de todos os sacerdotes que se entregam à Obra da Rua e ao Património dos Pobres. No entanto, o grupo de padres “não tem aumentado. São poucos e, a maioria, já idosos”, explica. D. Albino afirma ainda que “não tenho o direito de condicionar outros sacerdotes da nossa Diocese a um regime de vida heróico”, indica, acrescentando que um sacerdote da Obra “não sabe o que são umas férias nem o que é um dia de folga. Isto ao longo de anos a fio”, exclama. Outro factor que mudou “acentuadamente” foram os rapazes que a Obra da Rua recebe. “Já não são os “batatinhas” do tempo do Padre Américo, vindos de famílias humildes e muito aflitas. Hoje são adolescentes já crescidos e abandonados, conhecedores da rua, vindos de famílias destroçadas, adolescentes para quem o Tribunal de Menores ou a Assistente Social não encontrou adopção”. O Bispo de Coimbra acompanha o sacerdote responsável pela casa, “a quem vou animando e propondo caminhos que me são sugeridos por pessoas que estimam a instituição”, afirma, “e felizmente são muitas”. Redacção/Correio de Coimbra

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